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José Pimentel promete mudanças na Paixão de Cristo do Recife em 2019

Evento não acontecerá este ano, após 21 edições seguidas

Márcio Bastos
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Márcio Bastos
Publicado em 07/03/2018 às 17:05
Sérgio Bernardo/ JC Imagem
Evento não acontecerá este ano, após 21 edições seguidas - FOTO: Sérgio Bernardo/ JC Imagem
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A Paixão de Cristo do Recife não irá acontecer este ano. Após 21 edições consecutivas, o espetáculo criado por José Pimentel não será apresentado no Marco Zero entre os dias 30 de março e 1 de abril, como havia sido anunciado, por questões financeiras e de produção. Segundo os organizadores da montagem, a falta de apoio do setor privado foi o principal entrave.

A edição deste ano da Paixão de Cristo já era motivo de preocupação há algum tempo. Desde 2017, problemas de saúde de José Pimentel, que interpretou Jesus por quatro décadas – 21 vezes na do Recife e 19 na de Nova Jerusalém –, fizeram com que os outros dois produtores, Paulo de Castro e Antônio Pires, exigissem a escalação de um novo ator para o papel principal.

A princípio, Pimentel foi muito resistente à ideia. No entanto, foi aberto um concurso e o ator Hemerson Moura foi escolhido para substitui-lo. Pimentel, que continuaria na direção e na produção, chegou a começar a preparação do pupilo, com ensaios de mesa, mas a falta de verba fez com que a decisão por cancelar o espetáculo fosse tomada.

“A saída de Pimentel mexeu com o nosso tempo de preparação, mas o principal fator foi mesmo a falta de verba. Nosso cenário, que já tinham 21 anos, estavam completamente deteriorados pela ação dos cupins. O pagamento dos artistas também estava sem reajuste há quatro anos. Precisávamos ainda de novos figurinos, além da gravação de novos áudios, já que, além de Pimentel, outros 15 atores deixaram o espetáculo”, explicou Paulo de Castro.

Por todas essas questões, seria preciso R$ 700 mil para colocar o espetáculo na rua. A produção, porém, só tinha garantidos R$ 400 mil – R$ 250 mil da Prefeitura do Recife e R$ 150 mil do Governo do Estado. Este ano, pela primeira vez, a Paixão de Cristo não conseguiu patrocínio da iniciativa privada, o que inviabilizou a montagem.

“Desde sexta-feira percebemos que seria impossível fazer este ano. Agora não é mais questão só a de dinheiro, é de tempo também. Mas, vamos nos organizar para em 2019 voltarmos ainda melhores e vamos tentar colocar o espetáculo na Lei Rouanet”, reforçou Paulo de Castro.

ESPERANÇA

José Pimentel acha que houve uma falha no processo de captação, mas se mostra esperançoso para o próximo ano. Ele afirma que Hemerson Moura deve voltar ao papel e que o público deverá ver um novo espetáculo.“Vamos tirar algo bom desses problemas. Tenho muita vontade de voltar com algo novo e espero que a equipe não perca o fôlego. Não quero deixar a Paixão morrer”, afirmou o ator e diretor.

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