Entrevista

Mateus Solano celebra sucesso de 'Selfie' com apresentação no Recife

Ator, junto a Miguel Thiré, volta com a peça no Teatro Guararapes

Márcio Bastos
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Márcio Bastos
Publicado em 18/05/2018 às 19:17
Vitor Zorzal/Divulgação
Ator, junto a Miguel Thiré, volta com a peça no Teatro Guararapes - FOTO: Vitor Zorzal/Divulgação
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Em 2013, “selfie” – fotografia que o indivíduo tira de si mesmo – foi o termo mais procurado na internet, sendo eleita pelo Dicionário Oxford como “a” palavra daquele ano. Até hoje dominando as redes sociais, o fenômeno fala muito da nossa relação com as tecnologias. Por isso, Mateus Solano e Miguel Thiré desenvolveram um espetáculo que desde 2014 vem arrastando multidões aos teatros, o que deve se repetir dia 19 de maio, quando eles voltam com Selfie, às 21h, no Teatro Guararapes.

Instigados pelo produtor Carlos Grun, Solano e Thiré convidaram a escritora Daniela Ocampo e o diretor Marcos Caruso para criarem um trabalho que falasse sobre como as tecnologias e as redes sociais estavam modificando a forma como as pessoas interagem com o mundo. Com a velocidade das transformações do ambiente virtual e sua cada vez maior influência no mundo offline, a própria peça foi também se adaptando.

“De lá para cá muita coisa mudou e estamos em constante movimento para colocar as novidades tecnológicas dentro do enredo da peça. A tecnologia continua se multiplicando, portanto isso pede constantes atualizações no assunto. Mas, ao contrário do que pensávamos, a peça, que já tem quatro anos, continua muito atual e eu diria, até, urgente”, reforça Mateus Solano.

Na montagem, ele vive Cláudio, um homem obcecado com armazenar todos os elementos de sua vida em gadgets. Prestes a criar um mecanismo onde vai guardar suas lembranças, ele perde todas as informações quando derruba café no aparelho. Ele precisa, então, recuperar memórias que não estão a um clique de distância. Neste processo, vários personagens de sua história vão aparecendo de forma aleatória, todos interpretados por Miguel Thiré.

“O espetáculo passa com muito bom humor a seguinte mensagem: precisamos encontrar um equilíbrio na relação com a tecnologia. A tecnologia é sim cada vez mais presente no dia a dia e, por isso, refletir com bom humor sobre o assunto se torna cada vez mais urgente. Digo com bom humor porque acredito que, como disse Jô Soares, ‘o humor é a vanguarda da sensibilidade de uma época’. Acredito mesmo que através do riso podemos abrir portas de reflexão no íntimo do espectador. E acho que Selfie faz isso com muita leveza. Depois do espetáculo convidamos o público para um bate-papo onde contamos um pouco sobre o processo da história e debatemos o assunto”, pontua.

Sobre sua relação com as redes sociais, Solano diz que é conectado na medida em que a sociedade contemporânea exige, mas sem exageros. “A peça fala sobre isso – onde, para ser alguém no mundo real, você precisa assumir uma identidade no mundo virtual senão você simplesmente não existe. Então, nessa medida, tenho sim redes sociais, até como pessoa pública, preciso ter essas comunicações com o público e com os meus empregadores”, reforça.

A resposta do público em relação à peça tem sido positiva: desde a estreia, já foi vista por mais de 250 mil pessoas no Brasil, Portugal e nos Estados Unidos.

PROJETOS

Além de circular com Selfie, Mateus Solano está com a agenda cheia. Atualmente, ele grava a quarta temporada da Escolinha do Professor Raimundo, na qual vive Zé Bonitinho. O ator também poderá ser visto no cinema, a partir do dia 14 de junho, quando estreia a comédia romântica Talvez Uma História de Amor, dirigida por Rodrigo Bernardo. A obra tem semelhanças com alguns aspectos da peça e também com o longa Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças.

No filme, Virgílio, personagem de Solano, recebe uma mensagem de uma mulher avisando que é melhor eles terminarem o relacionamento. O problema é que ele não sabe quem ela é e precisa fazer um caminho de reconstrução de sua memória.

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