
A dramaturgia perde um de seus maiores nomes, o diretor, escritor e professor Antônio Edson Cadengue, falecido às 3h30 da madrugada desta quarta-feira (01), aos 64 anos, no Hospital Hapvida, no Recife. Cadengue deu entrada na unidade médica após uma queda e seu quadro passou por complicações desde então. A causa oficial do óbito foi um infarto agudo secundário a uma arteriosclerose coronariana, que levou a um edema agudo do pulmão. O velório será amanhã (02), a partir das 8h, no Teatro Valdemar de Oliveira. O enterro será no Cemitério de Santo Amaro.
Trajetória
Antônio Cadengue nasceu em Lajedo, no Agreste de Pernambuco e em 50 anos de carreira e estudou psicologia na Faculdade de Ciências Humanas de Olinda, onde realizou suas primeiras montagens. Foi um dos fundadores da Companhia Práxis Dramática, nos anos 1970, e criador da Companhia Teatro de Seraphim na década 1990. Cadengue tornou-se um especialista em obras de Nelson Rodrigues, de quem encenou Toda Nudez Será Castigada, Senhora dos Afogados, Viúva, Porém Honesta e Doroteia. Dirigiu também a adaptação da ópera O Guarani para o Quinteto Violado
Uma das suas maiores contribuições às artes cênicas brasileiras é sua tese de doutorado sobre o Teatro de Amadores de Pernambuco, que resultou nos livros TAP – Sua Cena & Sua Sombra: O Teatro de Amadores de Pernambuco, lançado em dois volumes, publicados pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), no qual estuda cinco décadas de história da grupo teatral recifense (1941-1991). Este ano, Cadengue lançou o livro biográfico Reinaldo de Oliveira: Do Bisturi ao Palco, sobre o também diretor do TAP, ator e teatrólogo Reinaldo de Oliveira. Em 2001, ele assumiu a direção do Teatro de Santa Isabel.