Épico

Espetáculo 'O Boi Voador' tem apresentação gratuita no Marco Zero

Obra faz referência ao fato histórico acontecido no século 17

Márcio Bastos
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Márcio Bastos
Publicado em 15/03/2019 às 20:37
Andrea Rêgo Barros/Divulgação
Obra faz referência ao fato histórico acontecido no século 17 - FOTO: Andrea Rêgo Barros/Divulgação
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Por volta de 1644, os habitantes de um Recife ocupado pelos holandeses viram um boi voar sobre uma ponte. Domingo (17), em pleno 2019, o evento se repetirá, desta vez no Marco Zero, às 18h. É na região histórica da capital pernambucana que será encenado, gratuitamente, o espetáculo O Boi Voador, com texto e direção de Ruy Aguiar, que rememora o acontecimento orquestrado por Maurício de Nassau. A apresentação fecha o ciclo de comemorações dos 482 anos da cidade.

Há muitas versões sobre a história do Boi Voador. A mais conhecida delas é a de que Maurício de Nassau, nos seus esforços de modernizar a colônia holandesa, iniciou a construção de duas pontes: uma que ligava o Recife à cidade Maurícia, onde hoje fica a Ponte Maurício de Nassau (ligando os bairros do Recife e Santo Antônio), e outra do Palácio da Boa Vista até o continente.

Com a obra concluída, após muitas dificuldades para angariar fundos, ele ironizou aqueles que duvidaram de sua concretização. Isso porque, na época, havia a piada de que seria mais fácil fazer um boi voar do que a ponte ficar pronta. Assim, Nassau criou uma verdadeira performance: mostrou aos habitantes um boi vivo e logo depois, em um truque de ilusão, o trocou por um empalhado, que foi içado sobre a ponte. A ação foi um sucesso: centenas de pessoas pagaram pedágio para atravessar a edificação.

No espetáculo criado por Ruy Aguiar, que é apresentado pelo segundo ano consecutivo, o boi voará sobre o Marco Zero e a encenação assume tons épicos para falar não só do acontecimento, como também da ocupação holandesa em Pernambuco.
Para isso, além de dramaturgia própria, o autor e diretor utiliza cenas de A Batalha dos Guararapes, épico de José Pimentel. O espetáculo conta com cinquenta atores e figurinos que remetem ao século 17.

REFERÊNCIA AO BRINCANTE POPULAR

“No nosso trabalho, o boi também ganha um aspecto de brincante, reverenciando, assim, nossa cultura popular. Buscamos trazer isso em vários aspectos, como a trilha sonora, que reverencia grandes compositores da música clássica, mas também os artistas populares”, explica Ruy.

Ao contrário do ano passado, quando aconteceu em diferentes espaços do Bairro do Recife, desta vez a peça será toda encenada no Marco Zero, mais precisamente em frente aos prédios históricos do local. Além dos palcos, as sacadas dos edifícios, como o da Associação Comercial de Pernambuco, também serão utilizadas como cenários.

“Optamos por centralizar a encenação porque, ano passado, muita gente perdeu algumas cenas, já que elas aconteciam em locais distintos. Agora, todos poderão ter uma visão privilegiada dos acontecimentos”, enfatiza o diretor.

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