Dança contemporânea

'Transiterrifluxório' é apresentado no Centro Cultural Benfica

Cláudio Lacerda se inspirou na obra da arquiteta Zaha Hadid

Márcio Bastos
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Márcio Bastos
Publicado em 13/09/2019 às 14:08
Rogério Alves/Divulgação
Cláudio Lacerda se inspirou na obra da arquiteta Zaha Hadid - FOTO: Rogério Alves/Divulgação
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A arquitetura singular da iraquiana-britânica Zaha Hadid, marcada por curvas e formas não convencionais, foi a inspiração de uma vasta pesquisa realizada pelo coreógrafo, bailarino, professor e pesquisador Cláudio Lacerda. Como um dos desdobramentos deste estudo nasceu Transiterrifluxório, espetáculo de dança contemporânea que cumpre temporada no Centro Cultural Benfica a partir de 13 de setembro.

A partir de leituras sobre o trabalho de Hadid, Cláudio e os bailarinos Jefferson Figueirêdo, Juliana Siqueira e Stefany Ribeiro, com os quais divide a cena, buscaram entender como o trabalho da arquiteta poderia sugerir possibilidades de transformação e entendimento de seus corpos.

“Chamamos a longa pesquisa, que foi artístico-teórica, uma vez que também foi tema do meu doutorado, de Contraespaço. Nos inspiramos em imagens da obra de Zaha não para reproduzir, mas para entender as forças que esses prédios provocam em nossos corpos. Com dez meses de pesquisa, criamos muito material de movimento, que resolvemos aglutinar em vários módulos de cerca de cinco minutos cada, que possibilitam que a gente faça um ordenamento diferente a cada apresentação. Sempre nos perguntamos: ‘Como nossa dança pode sobreviver neste ambiente?’”, explica Claudio.

ESPAÇOS 'DANÇAVEIS'

Essa particularidade da montagem, que dialoga com cada espaço onde é apresentada – como a Igreja da Sé, em Olinda; Faculdade de Arquitetura da UFBA, em Salvador; e o Sesc Petrolina – fará das apresentações no Centro Cultural Benfica experiências únicas.

Os bailarinos utilizarão as áreas internas e externas, que contarão com sonorização especial para cada ambiente, além de projeções, como uma espécie de grande instalação.

“O espetáculo é tão sensorial que não tem uma leitura fechada. Trabalhamos com a responsividade do público, que nos acompanha nesta jornada. Não começamos uma cena sem que todo o público esteja acomodado. Nossa ideia é que seja uma experiência sensorial particular para cada espectador”, cada um terá uma visão muito particular dos espaços”, enfatiza.

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