Humor ácido

Peça 'Muito Tempo Com Você' estreia na Casa Maravilhas

Márcia Cruz, Paulo de Pontes e Tatiana Azevedo compõem o elenco

Márcio Bastos
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Márcio Bastos
Publicado em 24/10/2019 às 18:56
Rogério Alves/Divugalção
Márcia Cruz, Paulo de Pontes e Tatiana Azevedo compõem o elenco - FOTO: Rogério Alves/Divugalção
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Com texto de João Luiz Vieira e direção de Eric Valença, a peça Muito Tempo Com Você estreia temporada sexta (25), às 20h, na Casa Maravilhas, na Boa Vista. A montagem se desenvolve a partir de uma dramaturgia que mescla humor ácido a um clima de mistério e reúne em cena Márcia Cruz, Paulo de Pontes e Tatiana Azevedo.

Na peça, um casal de idosos, interpretado por Márcia e Paulo, está desiludido pelas circunstâncias da vida: abandonados pelos amigos e com dificuldades financeiras (ele não consegue se aposentar), eles têm uma rotina massacrante. Um dia, enquanto preparam um jantar e relembram a juventude, recebem a visita de uma jovem misteriosa e, a partir daí, o rumo de suas trajetórias é alterado.

“O texto de João Luiz Vieira é preciosíssimo. Brinco que é um parque de diversões para os atores – e em cena temos três grandes intérpretes – porque é cheio de nuances e possibilidades. É uma comédia inteligente, com tiradas ácidas e um desdobramento surpreendente”, afirma Eric Valença.

Para o diretor, que dirige pela primeira vez uma dramaturgia que não é de sua autoria, o trabalho tem ainda o mérito de levantar questões importantes, como a solidão e as dificuldades recorrentes na velhice, como as financeiras, que, ao seu ver, diante do panorama político, tendem a ficar piores daqui para a frente.

INTIMISTA E CINEMATOGRÁFICO

Montado no espaço intimista da Casa Maravilhas – equipamento cultural independente onde se desenvolvem ações de formação, fruição e criação em teatro, circo e literatura – o espetáculo propõe uma aproximação do público com os atores. Eric reforça que essa configuração cria uma perspectiva quase cinematográfica, reforçada pelas marcações de cena.

“Sou formado em cinema, então meu olhar tem esse recorte, mesmo construindo para o teatro. Tive uma liberdade muito grande para criar este trabalho. A única coisa que João me pediu foi que não caísse na caricatura e me apeguei a isso. Devido à estrutura da Casa Maravilhas, que é um espaço alternativo, criamos uma situação em que o espectador é praticamente imerso na cena, com tudo acontecendo muito próximo a ele. É como se os espectadores fossem espécies de câmeras, cada um com um ângulo e recorte distinto”, reforça Eric.

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