Liberdade

Natali Assunção estreia o solo 'Ainda Escrevo Para Elas'

Espetáculo estreia dia 29 de outubro no Teatro Hermilo Borba Filho

Márcio Bastos
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Márcio Bastos
Publicado em 29/10/2019 às 11:59
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Espetáculo estreia dia 29 de outubro no Teatro Hermilo Borba Filho - FOTO: Divulgação
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A atriz e pesquisadora Natali Assunção apresenta nesta terça-feira (29) mais uma etapa do projeto Narrativas de Uma Memória em Chamas. A peça Ainda Escrevo Para Elas estreia às 20h no Teatro Hermilo Borba Filho e segue com apresentações até quinta-feira. O trabalho parte da investigação de temas como liberdade (e seu cerceamento) a partir da perspectiva das mulheres.

Uma Memória em Chamas parte da linguagem documental para abordar diferentes entendimentos sobre a vivência em uma sociedade patriarcal. Para desenvolver o projeto, Natali realizou entrevistas com onze mulheres de diferentes realidades sócio-econômicas e com lugares de falas diversos, que atravessam questões de raça e sexualidade, por exemplo.

Dessas conversas, surgiu um documentário em longa-metragem e também um ensaio fotográfico, intitulado Espelhos, no qual Natali é retratada pela fotógrafa Thaís Salomão. Ainda Escrevo Para Elas leva essas experiências artísticas anteriores para o palco, unindo-as de forma mais direta a outras referências, como a obra literária do moçambicano Mia Couto.

Para dirigir Ainda Escrevo Para Elas, a artista convidou Hilda Torres e Analice Croccia, ampliando a multiplicidade de visões femininas.

“Desde o começo eu sabia que queria trabalhar três frentes neste projeto: foto, vídeo e a cena. Resolvi que iria conectar essa investigação ao meu mestrado em Artes Cênicas na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O que atravessa todos esses trabalhos é o mergulho na linguagem documental. Parto das inquietações sobre as ideias de liberdade e aprisionamento no cotidiano feminino. Inicialmente, pensei em trabalhar com mulheres em situação de cárcere, mas aos poucos o projeto foi se modificando. Por isso, quando fui escolher as entrevistadas, eu tinha consciência de que precisava de um grupo diverso, que pudesse oferecer visões amplas sobre os temas. Na peça, esses relatos se misturam a vivências minhas e também a um texto de Mia Couto, que foi o que inicialmente me deu vontade de começar a investigação. Então, tem também um caráter metalinguístico no espetáculo”, explica Natali.

MULTIPLICIDADE DE VOZES

Ela reforça ainda que a forma como essas várias vozes – as das entrevistadas, as suas, e as ficcionais, a partir da obra de Mia – se mesclam no palco é fluida, quase como ecos de uma narrativa em fluxo.

Ao finalizar as apresentações desta primeira temporada, a atriz e pesquisadora poderá concluir a escrita do seu projeto de mestrado, intitulado Narrativas de uma memória em chamas: Uma experiência em teatro documentário, uma vez que terá completado a investigação nas três linguagens propostas. Segundo ela, o contato com o público e a troca a partir da cena são essenciais para fechar esse processo de pesquisa.

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