FOTOGRAFIA

O mundo por um furo de alfinete

Em sua última exposição da carreira, o fotógrafo Sebastião Barbosa mostra imagens feitas em máquians artesanais

Isabelle Barros
Cadastrado por
Isabelle Barros
Publicado em 30/01/2012 às 11:55
Leitura:
Depois de explorar as mais variadas possibilidades da fotografia, seja no fotojornalismo, na publicidade e até mesmo em cartões-postais com imagens surrealistas, Sebastião Barbosa fez uma opção pela simplicidade ao abdicar de máquinas para produzir suas imagens. Com rolos de filme, recipientes de madeira e latas dos mais variados tipos e tamanhos, ele fez dezenas de fotografias que começaram a ser exibidas na mostra Sebastião Barbosa, fotógrafo, em cartaz no Rio de Janeiro, no espaço Oi Futuro, em Ipanema. O local abriga exposições que fazem relação entre arte e tecnologia. Tião, como é conhecido, morou no Recife e é pai do artista plástico Fernando Peres, que realizou várias mostras na cidade e integrou, nos anos 1990, o extinto grupo Molusco Lama.

Aqui, a suposta opção pela baixa tecnologia esconde um pensamento sofisticado. Sebastião levou dois anos trabalhando nesse processo, que engloba imagens de prédios públicos e monumentos no Rio de Janeiro e em Paris, incluindo o Cristo Redentor, a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo e o Jardim Botânico.

No jargão da fotografia, Sebastião usou uma técnica conhecida como pin hole (furo de alfinete), na qual um recipiente hermeticamente fechado recebe um furo minúsculo, pelo qual passa a luz de determinado ambiente. Essa luz sensibiliza o filme fotográfico posto lá dentro, que registra a paisagem ao redor. No entanto, ao falar de sua técnica, o fotógrafo corrige quem se atreve a proferir a palavra pin hole. "O que eu fiz foram câmaras de orifício. Comecei a trabalhar com elas ao perceber que quem tira fotos por meio dessa técnica o faz de forma meio desrespeitosa".

Leia a reportagem na íntegra no Jornal do Commercio desta segunda.

Últimas notícias