ARTE CONTEMPORÂNEA

Rio é visto sob nova luz

Instalação com nove mil lâmpadas ocupa centro histórico da capital fluminense

Isabelle Barros
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Isabelle Barros
Publicado em 30/01/2012 às 11:55
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RIO DE JANEIRO - Foi difícil para a instalação Máximo silêncio em Paris, do artista plástico italiano Giancarlo Neri, competir com a chuva torrencial que caía sobre o Rio de Janeiro na noite da última sexta-feira. Mesmo com o clima desfavorável, dezenas de curiosos e convidados que se aglomeraram ao longo da Praça Paris, no bairro histórico da Glória, se dispuseram a ter seus pés enlameados e sua roupa ensopada. A curiosidade era grande para observar nove mil lâmpadas, dispostas no chão, interferindo na paisagem carioca. Perto dali, os escombros do desabamento de três prédios vizinhos ao Teatro Municipal lembravam a importância da emoção estética para uma cidade linda, mas cheia de cicatrizes.

A ideia para a instalação, que funciona das 19h à meia-noite, veio de um fato prosaico. Depois de comprar uma luminária, a esposa do artista percebeu que, ao contrário do que ela esperava, a peça era composta não por luzes brancas, mas por lâmpadas coloridas cujo funcionamento era alternado. A partir daí, Giancarlo recolheu, em Xangai, na China, materiais baratos para fazer as luminárias e programar a disposição de cores usadas nessa intervenção urbana: azul, vermelho, amarelo e verde. Após cinco minutos, essa sequência é abandonada em favor de um efeito multicolorido. Se isso poderia parecer kitsch ou cafona para uma luminária, em grande escala o resultado é cênico, especialmente se a obra for vista de cima. "Esse trabalho passeia entre a realidade e um ambiente de sonho. Pode parecer fácil fazer, mas é difícil pensar".

Leia a reportagem completa no Jornal do Commercio desta segunda.

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