É pela situação desprendida do som, que corre solto no ar até atingir nossos sentidos, que transformamos fragmentos caóticos em compreensão - ou em convite a ficar atentos. A relação entre estes sinais sonoros e seu grande receptor - o corpo - foi o mote para o artista João Manoel Feliciano montar a exposição Sonus, aberta a partir das 19h desta quinta (5), no Instituto de Arte Contemporânea (IAC), na Madalena.
“Em Sonus (som, em latim), exploro a sensibilidade sonora através de vídeos, fotografias e desenhos em nanquim”, diferencia João Manoel. Se no trabalho anterior - Mensagem - o autor trazia sua proposta repartida em três pilares (objeto, imagem e som), na nova exposição a trindade temática é formada por instrumentos sonoros: violão, acordeão e sino de capela.
Da relação entre o som produzido pelos três e suas consequentes sensações, em comum vem a transcendência. Um dos trabalhos que evidenciam isso é a foto ao lado, protagonizada por uma menina que, consumida pelo estado de sublimação do som do acordeão, divide o próprio corpo com o instrumento. Também ao lado, o desenho feito com bico de pena traz seres com cabeças de sino que carregam consigo o religioso peso das solenidades.
A exposição evoca dúvidas pessoais, talvez sem resposta imediata. Uma das perguntas, assim como as ondas sonoras, fica no ar: em nós, quais imagens podem ser sugeridas através do som?
Leia a matéria completa no Jornal do Commercio desta quinta (5), no Caderno C