Mostra coletiva aborda arte e religião no Museu do Estado

Montez Magno, Ana Lisboa, Luciano Pinheiro e Renato Valle se unem para questionar a fé na arte contemporânea. A exposição fica em cartaz até 30 de setembro.

Do JC Online
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Publicado em 30/08/2012 às 9:32
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"Certa vez um padre lhe disse: “a coisa que mais gosto de fazer é rezar o terço”. E a artista plástica recifense Ana Lisboa pensou com seus botões: “O que mais gosto de fazer é arte”. Seria essa, pois, a religião que tomaria para si. Foi na arte que encontrou o conforto quando a vida lhe apresentou o luto e mostrou o significado de comunhão. A religião, no sentido dogmático, lhe inquietava. O tema foi abordado em sua dissertação de mestrado no curso Ciência da Religião da Unicap, onde Ana estuda as obras de mais três artistas pernambucanos: Montez Magno, Luciano Pinheiro e Renato Valle. Nos quatro pares de mãos, religiosidade, liberdade e questionamentos. Muitas perguntas e poucas respostas (a intenção é disseminar o debate) deram origem a mostra coletiva Interseção: arte e religiosidade, que é inaugurada, nesta quinta (30), às 19h, no Museu do Estado de Pernambuco. A exposição fica em cartaz até 30 de setembro.

A tese ganha, também, uma versão menos acadêmica no livro Arte como prece: a religiosidade no trabalho de quatro artistas pernambucanos, que será lançado no dia 26 de setembro.

“Não tenho religião, mas sou muito religioso”, diz Montez Magno. Na mesma esteira, estão os outros três artistas, que se unem pela inquietação, sua mola propulsora. O nome de Renato Valle é um dos primeiros a surgir quando se fala em questionamento religioso no Recife. “Eu implico muito com o símbolo da cruz”. Segundo ele, a imagem lembra dor e tortura, símbolos associados ao medo e repressão.

Na sua ala da mostra, aparecem obras de várias épocas, com destaque para peças da famosa série Cristos e anticristos, uma forte crítica ao modo como a sociedade se apropria da religião. As obras dividem espaço, em curiosa sintonia, com os trabalhos de Luciano Pinheiro. Neles, aparecem terreiros, cruzes, oferendas, santos. Todas as religiões misturadas em uma ode ao encontro, à harmonia.

 Leia  a matéria completa no Caderno C desta quinta (30).

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