Exposição

Maison do Bonfim comemora 20 anos com coletiva de artes plásticas

O restaurante evidencia seu lado de galeria com atuação de duas décadas

Bruno Albertim
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Bruno Albertim
Publicado em 13/05/2014 às 5:47
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Expediente comum no Recife e, sobretudo, na Olinda onde muitos artistas moravam e ainda moram, restaurantes não se limitam a servir apenas o que sai da cozinha. No mês de comemoração de seu aniversário, o Maison do Bonfim reforça seu caráter orgulhosamente dúbio com uma exposição coletiva, aberta hoje à noite, composta de obras de artistas que ajudam a contar 20 vinte anos da casa. Um cardápio visual e tanto para evidenciar o lado galeria do restaurante.
“Quando nós abrimos, muitos dos artistas hoje consagrados em Pernambuco não tinham muito espaço para expor. Então, começamos a abrir as paredes do restaurante para expor e vender as obras”, diz a proprietária Lou Mello, além de restauratrice, marchand bissexta. Desde que Rinaldo, Zé Paulo, Joelson e Antônio Mendes expuseram no restaurante, pela primeira vez, juntos, há duas décadas, o fluxo de artistas por ali nunca mais parou. Frequentadores mais ou menos assíduos do endereço, foram mais de 40 nomes em exposição nesses anos todos.
Com a exposição dos 20 anos de hoje, o público poderá encontrar obras de gente superlativa na arte pernambucana: José Paulo, Romero Andrade Lima, Roberto Ploeg, Maurício Arraes, Edson Menezes (Popo), Nino Ferreira, Mané Cláudio, Joelson Rinaldo, Antônio Mendes, Badida, Cristina Machado, Tereza Costa Rêgo e João Santos. Todos são pinturas, óleos ou acrílica, em tela. As obras estarão à venda.
Exímio figurativista e manipulador de luminosidade, Roberto Ploeg, por exemplo, participa com o quadro A Acrobata. Retrato de uma acrobata de cabeça para baixo, convida à observação mais atenta para se entender o que está extra-quadro. “É uma homenagem ao pintor alemão Georg Baselitz, famoso pela perfeição e graça com que executava suas pinturas e desenhos de cabeça para baixo”, diz Ploeg.
Edson Menezes, também conhecido como Popó, criou um quadro exclusivamente para a exposição. Ele expõe o quadro Serenidade, pintura em tela com o rosto calmo de uma mulher. “É uma espécie de reflexão a respeito da velocidade do mundo atual”, diz ele.
A comunidade artística nutre tanta intimidade pelo restaurante capitaneado pelo chef (e marido de Lou Mello) Jeff Collas, que a capa do cardápio, por exemplo, é uma aquarela pintada em 1997 por Guita Charifker. Uma natureza-morta com flores e alimentos sobre uma mesa.
“O Maison do Bonfim é, para mim, uma espécie de segunda casa em Olinda”, diz a pintora e muralista Tereza Costa Rêgo que, também notória cozinheira, vai ceder uma de suas especialidades para a casa: a receita da mousse de abacate com camarão. Gastronomia, desenhos, aquarelas e pinturas são artes que se retroalimentam neste endereço francófilo de Olinda.  Rua do Bonfim. Rua do Bonfim, 115. Fone: 3429-1674.

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