Um tribunal de Grasse, França, condenou nesta sexta-feira (20) a dois anos de prisão o eletricista Pierre Le Guennec, 75, e sua mulher, Danielle, que durante 37 anos conservaram em segredo 271 obras do pintor espanhol Picasso.
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Devido à idade avançada do casal, eles não precisarão cumprir a pena. Porém, deverão restituir as obras à família do artista.
Os juízes os consideraram culpados pelo crime de receptação -ou seja, de se beneficiarem de bens roubados com pleno conhecimento de sua origem ilícita. As obras do artista ficaram na garagem do eletricista, que trabalhou para Picasso, durante três décadas, até que o casal tentou obter um certificado de autenticidade do material em 2010.
A pena é inferior à solicitada pela Promotoria, que tinha reivindicado cinco anos de prisão.
No julgamento, o advogado de defesa tentou convencer os juízes da ausência de provas sobre a origem fraudulenta das obras. O casal deve recorrer da decisão sobre a restituição do material.
O casal argumenta que Jacqueline, última mulher de Picasso, deu de presente a Guennec uma caixa que eles conservaram durante quatro décadas na garagem de sua casa, convencidos de que dentro dela só havia papéis sem grande valor artístico.
No entanto, a caixa continha desenhos, litografias, e algumas colagens raras de grande valor, criadas entre 1900 e 1932 e sem assinatura, atualmente avaliadas em mais de 60 milhões de euros.
Em 2010, com o objetivo de organizar a herança de seus filhos, Pierre e Danielle Le Guennec pediram a autenticação das obras ao único organismo habilitado para fazê-lo, a Picasso Administration, gerente dos direitos autorais e de propriedade intelectual do pintor. Foi então que a família do artista apresentou uma denúncia contra o casal.