O Recife é uma galeria de arte ao ar livre e aberta ao público, embora muitos moradores e visitantes da cidade não percebam algumas obras presentes na paisagem de maneira mais "discreta", em parques, interior de prédios públicos, fachadas de edifícios ou em ruas movimentadas. As mais visíveis, no entanto, tornaram-se ponto de referência para quem se locomove pela cidade ou marco na memória de alguns – como o painel de Francisco Brennand, no prédio da antiga A Primavera, na Rua do Sol, no Centro. Úm inventário sobre as esculturais, painéis e murais da capital pernambucana são o foco do projeto Recife arte pública, que resultará em um mapa e um site com imagens e informações sobre as obras e seus criadores, com lançamento previsto para o fim deste semestre.
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O projeto foi idealizado pela arquiteta e arte-educadora Lúcia Padilha Cardoso. A ligação dela com a arquitetura e as artes visuais está expressa nas características do Recife arte pública. "O fato de não existir esse mapeamento da arte pública e também por este ser um recurso educativo altamente acessível para todo mundo", cita Lúcia, a motivou a fazer o projeto. "A cidade é como uma galeria a céu aberto. Você pode trabalhar a educação patrimonial, as artes visuais, a história de Pernambuco."
Os educadores Niedja Santos e Hassan Santos formam a equipe de pesquisa, com coordenação de produção de Janaísa Cardoso. "É um trabalho complexo, estamos mapeando as seis RPA's (regiões político-administrativas). Já conseguimos localizar a maioria das obras. Estamos na fase de pesquisar conteúdo, reunir informações sobre cada autor, o ano em que a obra foi feita, curiosidades sobre ela...", situa Lúcia.
"Há facilidade de acesso a um conteúdo rico. Olhando estas obras de arte você pode ver a história de Pernambuco. E elas são expressões de artistas como Francisco Brennand, Cícero Dias, Lula Cardoso Ayres, Corbiniano Lins", continua Lúcia.
Enquanto trabalha nesta etapa, realizada com apoio do Funcultura, a equipe planeja desdobramentos da iniciativa. "Queremos expandir a pesquisa para um aplicativo gratuito. Falamos bastante sobre arte-educação, mas para o turismo isso também é show. Outra expansão é usar o material em ações que a gente quer promover", adianta Lucia.
O texto completo está no Caderno C deste domingo (29/3), no Jornal do Commercio.