RECONHECIMENTO

Cresce a presença da arte brasileira em museus e coleções privadas do exterior

Obra do pernambucano Tunga está sendo negociada por US$ 600 mil

Antonio Gonçalves Filho e Camila Molina da Estadão Conteúdo
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Antonio Gonçalves Filho e Camila Molina da Estadão Conteúdo
Publicado em 01/07/2016 às 9:30
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Obra do pernambucano Tunga está sendo negociada por US$ 600 mil - FOTO: Divulgação
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Ainda que as vendas de arte para o mercado internacional sejam menores que as do mercado nacional - apenas 15% do volume de negócios -, elas estão crescendo gradativamente, atraindo a atenção de grandes colecionadores e museus estrangeiros. Há 20 anos, seria difícil imaginar uma cena como esta: a Tate Modern disputando com um colecionador chinês o privilégio de ter no acervo uma obra do artista pernambucano Tunga - uma das últimas, Eu, Você e a Lua (2015). Pois é justamente o que acontece com a instalação do artista, morto no dia 6 de junho. Ela está sendo negociada pela Galeria Millan, de São Paulo, por um preço ao redor de US$ 600 mil, quase a metade do que foi pago há 15 anos pela tela Abaporu (US$ 1, 3 milhão), de Tarsila do Amaral, pelo colecionador argentino Eduardo Costantini, hoje avaliada em mais de US$ 45 milhões.

Parte dessa conquista deve-se à participação de Tunga e outros artistas em bienais e exposições internacionais, além de mostras individuais em museus importantes, mas sobretudo ao esforço dos marchands e galeristas para promover artistas brasileiros em feiras nacionais e internacionais - duas centenas de participações anuais em eventos como a Art Basel, a Frieze de Londres, a Arco Madri e a SP-Arte, para mencionar quatro delas. São mais de 8 mil objetos negociados a cada ano pelas galerias, 40% vendidos nessas feiras, que atraem críticos, curadores de museus e colecionadores. Praticamente todos os continentes já têm obras de brasileiros em museus, do prestigiado Museu de Arte Moderna de Nova York ao Museu de Marrakech, no Marrocos, passando pelo Reina Sofia, em Madri, o Museu de Arte Contemporânea de Kanazawa, no Japão, e a Tate Modern, em Londres

Pela Tate passaram retrospectivas de Mira Schendel (2013) e Cildo Meireles (2009). O MoMA de Nova York promoveu, em 2014, uma exposição de Lygia Clark. O Metropolitan abre, em 2017, uma de Lygia Pape. Tarsila ganha duas exposições americanas, uma no Instituto de Arte de Chicago (2017) e outra no MoMA (2018). Enfim, os exemplos são inúmeros. O Caderno 2, do jornal O Estado de S. Paulo, ouviu marchands, galeristas e curadores, constatando que os primeiros têm planos para avançar no mercado internacional, instalando postos avançados no Exterior ou fazendo parcerias transnacionais com galeristas renomados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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