Exposição

Visões do Modernismo em mostra na Galeria Ranulpho

Telas de Vicente do Rêgo Monteiro e de Baltazar da Camara podem ser conferidas

Bruno Albertim
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Bruno Albertim
Publicado em 05/07/2016 às 18:43
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Telas de Vicente do Rêgo Monteiro e de Baltazar da Camara podem ser conferidas - FOTO: Divulgação
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Ansiosos da modernidade onde o século 20 ia se forjando nas grandes metrópoles, em 1932 um grupo de artistas e intelectuais decidiu que os pernambucanos não precisariam mais ir ao Rio de Janeiro para cumprir os estágios de formação na principal escola de formação estética do Brasil. Inspirados na versão carioca, entre os que uniram esforços e pinceis para o surgimento da Escola de Belas Artes do Recife, ao lado de Mario Nunes e Fedora do Rego Monteiro, estava Baltazar da Camara. Um dos expoentes da tradição da pintura de paisagem iniciada ainda com Eckout, Baltazar pode ter três de suas telas originais vistas na exposição que o galerista Carlos Ranulpho abre, hoje, no Bairro do Recife.


Ranulpho inaugura uma coletiva em que que procura evidenciar como a escola estética que resume o próprio século 20 é tratado por 15 artistas diferentes na mostra Quinze Versões do Modernismo. Serão expostas telas de nomes como Virgolino, Vicente do Rego Monteiro, Aurélio D’Alincourt, Rafael Guerra, Juarez Machado, Manoel Santiago, José Cláudio e Reynaldo Fonseca. É uma mostra comercial - todos os quadros estão à venda - mas, ainda que não haja uma curadoria com o propósito de construir um percusso narrativo - é possível pereceber alguns argumentos estruturadores do Modernismo brasileiro.


Dos três óleos sobre tela assinados por Baltazar da Camara, dois são assinados na década de 1950 sobre paisagens urbanas de Paris, cidade pela qual se deslumbrou. Uma tela anterior, de 1946, batizada de “Casebres” traz um arruado de casas simples banhados por um sol aberto - ali, percebe-se como um conjunto de práticas pictóricas em que questões regionais, e mesmo a luminosidade local, estão contemplados.


Também nos três quadros do baiano José Maria na exposição, datados da década de 1970, um certo formalismo esquemático é conjugado a uma luminosidade e figuras icônicas de um regionalismo: vendedor de frutas, comerciantes de carnes e de pássaros em gaiolas.
Um dos momentos mais interessantes da mostra é o conjunto de desenhos em bico de pena do patrono da galeria e pai do marchand Carlos Ranulpho, J. Ranulpho, nome de destaque nas artes na década de 20 e colaborador de jornais e revistas com charges, caricaturas e retratos. Preciosos, os desenhos trazem tipos populares como canaviais, estivadores, balaieiros e o carnaval.


Quinze Versões do Modernismo" - Galeria Ranulpho (Rua do Bom Jesus, 125, Bairro do Recife). De segunda a sexta, das 10h às 18h. Até 29 de julho.

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