Exposição

Juliana Lapa e Mayra Melo em exposição dupla

Da identidade lúdica a desconstrução do íntimo, as duas exposições atravessam discussões que vão além do comum

JEFFERSON SOUSA
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JEFFERSON SOUSA
Publicado em 01/09/2016 às 7:00
Foto de Marcelo Vidal/ Divulgação
Da identidade lúdica a desconstrução do íntimo, as duas exposições atravessam discussões que vão além do comum - FOTO: Foto de Marcelo Vidal/ Divulgação
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Juliana Lapa e Mayra Melo abrem, juntas, exposição na Casa do Cachorro Preto (Rua Treze de Maio, 99, Carmo), em Olinda, hoje (1), às 19h. Nas 21 obras em pastel à óleo, grafite e lápis de cor sobre papel, Curamata, de Juliana Lapa, busca resgatar uma identidade lúdica e selvagem, com desenhos que remetem a um diálogo entre o mundo natural e a natureza das pessoas. Já Parto, de Mayra Melo, traz uma alegoria para a construção de sua própria poesia. A série de 10 fotografias registra a performance de um ser que tenta se desprender da matéria supérflua que lhe envolve. As imagens foram registradas pelo fotógrafo Marcelo Vidal e teve impressão fine art, em tiragem única. A exposição vai até o dia 25 de setembro, apenas entre quintas e domingos, das 16h às 21h.

INVESTIGAÇÃO PESSOAL

Através de desconstruções, Juliana procura mostrar de onde vem os primeiros traços de suas obras, refletindo a materialização antes mesmo que possamos identificá-las como resultado final. "Das 21 obras, 4 são de coleções particulares, cedidas para a exposição e 17 novos trabalhos. Fica difícil defini-los em conjunto, são diferentes entre si em se tratando de técnica, pois alternei muito durante a produção o que acredito que tenha enriquecido a proposta. Posso arriscar defini-los como uma miscelânea de imagens que correm para uma mesma direção", revela Juliana Lapa, artista autodidata que, depois de suas experiências como produtora audiovisual, imergiu na área das artes plásticas de vez.

"Curamata é uma investigação pessoal, uma busca de identidade, por conta disso trabalho a questão feminina antes de qualquer outro aspecto. O diferencial deste novo trabalho para os antigos se dá por focar em uma jornada interna, onde as paisagens de natureza e mata são lugares do inconsciente e as pessoas e seres são nuances de um único ser. É daí que vem o título. É como se Curamata fosse esse lugar que visitamos nos sonhos, e nele encontramos muitas respostas sobre nossa própria natureza, vocação e identidade", revela Juliana.

 

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Uma das obras de Juliana Lapa que está na exposição

Mesmo estando envolvida e planejando outros novos projetos na área das artes plásticas, o trabalho Parto define muito bem a carreira de Mayra até agora: trabalho duro e sensibilidade com o que aborda. "A série acompanha um ser fantástico que é gerado em meio à natureza e que, ao retirar a pele artificial, a camada de argila, consegue entrar em contato com sua natureza mais profunda. A intenção foi fazer um paralelo com a busca da minha própria poética, e também conseguir materializar meu primeiro trabalho completamente autoral," afirma Mayra Melo, artista com formação em design gráfico que optou por usar específicos recursos na construção das obras que compõem este ensaio. "A ideia do pó metálico e da argila veio da possibilidade de representar um ser que consegue se livrar de suas camadas externas, sociais, atingindo sua pele e significado mais profundos, como uma alegoria do que podemos realizar quando estamos abertos à desconstrução", completa.

Mayra Melo - Se?rie Parto - divulgac?a?o

Da série Parto, de Mayra Melo

SERVIÇO
Exposição Curamata, de Juliana Lapa, e de Parto, de Mayra Melo. Abertura: hoje, às 19h.
Local: A Casa do Cachorro Preto (Rua Treze de Maio, 99, Carmo - Olinda)
No quintal: QuintaLExperimental com Aishá Lourenço e convidados, R$ 5.

As visitações vão de hoje (1) a 25 de setembro, apenas nas quintas-feiras e domingos, sempre das 16h às 21h.

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