Artes visuais

Estátuas são confundidas com sem-teto e provocam solidariedade

Maxwell Rushton, artista britânico, quis provocar reflexão sobre a população de sem-teto

JC Online
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Publicado em 24/01/2017 às 16:55
Liam Thomson/Divulgação
Maxwell Rushton, artista britânico, quis provocar reflexão sobre a população de sem-teto - FOTO: Liam Thomson/Divulgação
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Gesso e saco de lixo. Basicamente, foram esses os materiais usados pelo artista britânico Maxwell Rushton para confeccionar sua esculturas. O suficiente para fazer com que os olhos dos londrinos se voltassem para fora - geralmente eles circulam pela cidade muito ocupados com seus próprios pensamentos e afazeres - e para dentro, mas de uma forma a substituir tudo o que diz respeito ao ego pelo interesse no bem-estar do outro.

Left Out (Deixado de fora), o nome da série de obras espalhadas por recantos emblemáticos da capital inglesa (Westminster Bridge, Piccadily Circus,  Bank e Waterloo), assume o formato de uma figura humana que, enfiada dentro de um saco preto de lixo comum, assombra os passantes com a força de sua mensagem: quantas pessoas por aí são tratadas como aquele descarte doméstico que, uma vez colocado para fora das nossas vistas, passamos a não mais nos importar com seu destino?. Vídeos foram produzidos com a reação das pessoas: umas param para checar, outras seguem em frente, não sem antes lançarem um olhar assustado e evasivo para trás.

Pela silhueta, não conseguimos distinguir se é homem ou mulher o sem-teto que ali está embalado, sabemos, no entanto, que algo em nosso sentido de humanidade se remexe com grande inquietação. Este é o efeito do trabalho de Rushton, sempre provocador.

 

TRABALHOS ANTERIORES


BUY IN BLEED OUT (compre e sangre) - Maxwell Rushton passou quatro anos coletando seu próprio sangue para, depois, com ele pintar uma tela que trazia na superfície sua silhueta transformada em logomarca. Esta foi a forma de o artista protestar contra a forma como nos rendemos, e nos vendemos, ao consumismo.

DRAWN OUT (desenhado/retirado) - Rushton se isolou por um ano com a missão de preencher um papel de 10 metros de comprimento por cinco de largura con intrincadas marcas de lápis feitas a mão. Essas marcas eram as que ele costumava usa em seus desenhos quando era criança. São tão minuciosas e aproximadas que, vistas de longe, parecem  uma linha única. Com esse trabalho, Rushton clama por um retorno à infância mais primitiva, quando as influências sobre nós ainda não exerceram grande poder.

 

 


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