Lançamento

A arte da performance em revista por Eduardo Romero

Artista e professor lança Visível, Audível Tangível - Mitos do Corpo na Performance em Pernambuco

Bruno Albertim
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Bruno Albertim
Publicado em 06/06/2018 às 19:10
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Artista e professor lança Visível, Audível Tangível - Mitos do Corpo na Performance em Pernambuco - FOTO: Divulgação
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Ainda em 1995, a mineira Laura Lima vendeu o intangível. Adquirida pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo, a performance Quadris consistia na ação de duas pessoas emaranhadas pelas cinturas. Há dois anos, o pernambucano Cuquinha teve a obra Parangolé também adquirida pelo MAM-SP. Consistia apenas na farda de um policial utilizada por um ator numa ação plástico-cênica. São provas do status que essa forma eminentemente imaterial de arte vem ganhando num meio em que materialidade já não importa como no passado. Ininteligível para tantos, a arte da performance, não nacional, mais intencionalmente local, ganha análise com o lançamento de Visível, Audível, Tangível - Mitos do Corpo na Performance em Pernambuco (R$ 20).

O lançamento do livro acontece hoje, às 14h, na Galeria Capibaribe, no Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco, como resultado de pesquisa de doutorado do artista e professor Eduardo Romero. O autor trata da linguagem sob a perspectiva da antropologia do imaginário, cujo eixo teórico tem a atitude simbólica como ação estrutural humana.

O trabalho de campo conta com a apreciação de performances em instituições no Recife, algumas já extintas ou em declínio (SPA das Artes, Salão de Artes Plásticas de Pernambuco, Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães - MAMAM, Museu Murillo La Greca, Centro de Formação em Artes Visuais - CEFAV e MAMAM do Pátio), em Garanhuns (Festival de Inverno de Garanhuns), em São Paulo e de artistas exemplares como João Manoel Feliciano, Izidorio Cavalcanti e Daniel Santiago.

DUPLO

“A performance é uma atividade artística multifacetada e de difícil definição, em que toda proximidade é uma forma de melhor apreendê-la”, diz o autor, com a devida falta de isenção necessária. “Coloco-me nessa situação, pois sou antropólogo e artista visual cujo objeto de pesquisa é a performance, ou melhor, trabalho com artes visuais ao mesmo tempo que a pesquiso, sendo a performance uma expressão artística de meu círculo de convivência”, diz.

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