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Juliana Gontijo desvenda seu Recife particular em 'O Tempo é Implacável'

Exposição ocupa o Mamam a partir desta quinta-feira (25)

Márcio Bastos
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Márcio Bastos
Publicado em 25/04/2019 às 13:56
Carlos Augusto/Divulgação
Exposição ocupa o Mamam a partir desta quinta-feira (25) - FOTO: Carlos Augusto/Divulgação
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Até pouco tempo, o Recife era uma incógnita para a artista visual Juliana Gontijo. Suas imagens da cidade eram alimentadas por um universo poético e visual inspirado na obra de Paulo Bruscky e no poema O Rio, de João Cabral de Melo Neto. Na capital pernambucana há cerca de uma semana, ela apresenta sua geografia afetiva a partir do confronto entre o imaginado e o concreto na exposição O Tempo é Implacável, que ocupa a partir desta quinta (25) o Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (Mamam), na Boa Vista.

“Quando pensei quais eram, para mim, as referências da cidade, se destacaram a obra do Paulo Bruscky, sua relação dele com a arte postal, e o poema de João Cabral. Ambos estão diretamente ligados à ideia do trajeto, da jornada. A partir disso, comecei a escrever projeções, como se fosse criando memórias do futuro. Para mim era muito importante pensar que existia uma situação do desconhecimento e aquilo seria preservado até o momento em que eu chegasse aqui”, pontuou a artista.

INFLUÊNCIAS

Desde que desembarcou no Recife, Juliana tem se deixado influenciar pelos cheiros, clima e sotaque da cidade. A exposição é aberta com a seguinte frase: “No Recife, um homem me disse que se a gente não anda o tempo não passa”.

A exposição tem curadoria de Wagner Nardy e ocupa todas as paredes da galeria, como uma grande instalação. Esse percurso revela a visão da artista a partir de pinturas, desenhos e monotipias.

Esta espécie de fragmentação é intencionalmente associado à obra, uma vez que faz parte do processo criativo de Juliana. Ela costuma fazer intervenções com a escrita em seus trabalhos, mas sem um sentido narrativo fechado. Prefere que as frases, tiradas de seus contextos originais, ressoem em cada espectador de forma singular, sendo completadas pela subjetividade e repertório de cada um.

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