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Exposição 'Cataclismo' reúne artistas contemporâneos de Pernambuco

Mostra abre nesta quinta-feira (4), na Garrido Galeria, em Casa Forte

Márcio Bastos
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Márcio Bastos
Publicado em 04/07/2019 às 15:48
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Mostra abre nesta quinta-feira (4), na Garrido Galeria, em Casa Forte - FOTO: Divulgação
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A produção contemporânea de artes visuais em Pernambuco é multifacetada, com artistas em processos criativos instigados que mesclam diferentes linguagens e influências. Com curadoria da Phantom 5 – Steve Coimbra, Pedro Melo e José Rebellato – a exposição Cataclismo procura reunir alguns desses talentos e lançar luz sobre essas poéticas. A abertura da mostra acontece nesta quinta-feira (4), na Garrido Galeria, em Casa Forte.

Como sugere o título da exposição, o recorte curatorial buscou articular questões ligadas às transformações e catástrofes, sejam elas literais ou metafóricas. Para tanto, os curadores reuniram artistas que já compunham o casting da galeria e convidaram também talentos em ascensão que trabalham com suportes diversificados.

“(A curadoria se articulou) Pensando em como mostrar esse novo grupo de artistas contemporâneos de Pernambuco. E se tratando de arte contemporânea, tentamos abranger vários suportes, como desenho, pintura, fotografia, performance e instalação. A gente também tentou integrar ao máximo, investir na diversidade, com um casting variado de artistas LGBT, negros e mulheres”, explica Steve Coimbra.

Ao todo, estão em exibição trabalhos de 16 artistas. São eles: Acidum, Alexandre Nobrega, Aoru Aura, Bozó Bacamarte; Bruno Vilela, Clara Moreira , Flávia Pinheiro, Flávio Emanuel, Gio Simões, Iagor Peres, Jeims Duarte; Juliana Lapa, Kilian Glasner, Mariana de Matos, Stefany Lima e Tatiana Moés.

Esse cataclismo sugerido pela curadoria aparece, por exemplo, ligado à natureza, como no trabalho da mineira Maré de Matos, uma instalação que aborda os desastres ecológicos que ocorreram em seu Estado, como os de Mariana e Brumadinho. São tragédias que não se encerram e os riscos de voltarem a acontecer são latentes.

“Alguns artistas partem da ideia de ruína, mais estrutural, enquanto outros abordam questões mais existenciais, voltadas para a terra, a natureza, o lado mais selvagem e animal (do ser humano)”, enfatiza o curador.

Articular essa ideia de transformação do mundo como conhecemos, de como ressurgir dos escombros e, talvez, pensar outras formas de ser e existir, dão a tônica dos trabalhos.

A performer Flávia Pinheiro, conhecida por seus trabalhos questionadores que colocam o corpo como instrumento de transformação, integra a mostra com o trabalho Hecatombe, que ela define como “um estudo de ruínas de um futuro em desaparecimento”.

INCENTIVO

Para o galerista Armando Garrido, a exposição é uma oportunidade singular de entrar em contato com essa produção pulsante, de artistas com trabalhos singulares, mas todos empenhados em refletir sobre o presente e ressignificá-lo.

“Nossa ideia é juntar artistas mais consolidados com aqueles que começam a surgir como forças no nosso campo das artes. Queremos estimular a apreciação da arte contemporânea, mostrar a importância de valorizar os talentos locais, formar novos colecionadores que incentivem esses talentos a partir da compreensão da obra de arte como uma aquisição possível – e necessária – para o nosso cotidiano.

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