Luto

O último adeus ao artista olindense José Carlos Viana

José Carlos Gomes Viana, 72 anos, faleceu por complicações de uma pancreatite aguda

Do Jornal do Commercio
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Publicado em 25/08/2019 às 20:10
Acervo da família
José Carlos Gomes Viana, 72 anos, faleceu por complicações de uma pancreatite aguda - FOTO: Acervo da família
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Amigos, artistas e parentes deram adeus ao pintor e gravador olindense José Carlos Gomes Viana, 72 anos, que faleceu por complicações de uma pancreatite aguda (inflamação súbita do pâncreas) na madrugada deste domingo (25) no Hospital Metropolitano Norte Miguel Arraes, em Paulista, no Grande Recife. O corpo foi sepultado no Cemitério Parque das Flores, no bairro de Tejipió, na Zona Oeste do Recife, nesta tarde. Segundo o filho do artista, também José Carlos Viana, 28, ele sentiu dores abdominais intensas na última quinta-feira (22), quando foi a um hospital particular fazer os exames iniciais e, em seguida, precisou ser encaminhado para o Miguel Arraes. “Foi detectada pedra na vesícula. A dor foi piorando, e ele teve uma inflamação mais generalizada. No sábado (24), ele acordou mal. O quadro complicou, e ele teve lesão dos órgãos vitais”, disse o filho, que é artista plástico.

Ao contar sobre a trajetória do pai, ele recorda o protagonismo e o legado que deixa nas artes. A trajetória de José Carlos vem da década de 1970. Foi sócio-fundador da Oficina Guaianases de Gravura (1978), da qual foi presidente de 1979 a 1987. No fim dos anos 1980, assumiu também funções de gestões públicas e curadoria. Foi diretor do Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (1989), coordenador geral dos museus de Pernambuco (1999 a 2006) e membro do Conselho de Cultura do Estado de Pernambuco (2006). Em 1997, criou o Pólo Cultural de Serra Negra e o Engenho do Imaginário. Foi o curador e participou artisticamente da Mostra do Imaginário em 2002, 2004 e 2005. Em 2006, ele foi curador de Intervenções Urbanas do Festival de Inverno de Garanhuns.

“Sigo essa herança (artista) que ele nos deixa. Estou mergulhado, cada vez mais, na pintura. Minha irmã, Rayana Raio, de 30 anos (a mais velha entre os quatro filhos), também é artista. Para nós, ficam primeiramente a simplicidade e humildade do meu pai. Era uma pessoa desprendida de valores (materiais) e que teve uma importância gigantesca na cultura e na arte do Estado”, contou o filho. Além dele e Rayana, José Carlos deixa outros dois filhos: Daniel, 23, e Cauá, 12.

Legado

O pintor, desenhista e gravador José Cláudio, 87 anos, relembra o amigo como uma pessoa admirável. “Além disso, era um dos melhores pintores, um artista muito sério e original. Morava perto de mim e sempre nos encontrávamos. Ele vai deixar um vazio”, relatou José Cláudio. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, lamentou a morte de José Carlos Viana. Em nota, frisou que o artista “deixará uma imensa lacuna na cultura pernambucana e um extraordinário legado para as próximas gerações de artistas”. O filho ainda relembra José Carlos Viana como um artista que participou da história da boemia de Olinda. “Era alegre, brincalhão, com humor sem igual. Ficam a grande contribuição que ele deu à arte e os ensinamentos que transmitiu a tanta gente”, destacou.

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