Destilado

Um conhaque de R$ 100 mil

Chega ao Recife o sofisticado e caríssimo Louis XIII

Bruno Albertim
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Bruno Albertim
Publicado em 20/09/2013 às 8:57
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Você pagaria R$ 1,2 mil por uma dose? Esse é o preço médio de uma taça recheada com o prestigioso conhaque Louis XIII, quando demandado no balcão do bar do hotel carioca Copacabana Palace ou nos paulistanos Bar Número, Fasano, Unique e Emiliano, reduto de gente melhor de bolso que de copo. Pois o mais sofisticado dos conhaques, fetiche alcoólico do público AA global, está para chegar à cidade.

“Recife é uma cidade que só faz crescer seu mercado de luxo”, diz a paulistana Jessia Lobo, embaixadora no Brasil da marca criada em 1874 pela francesa Maison Rémy Martin. Esta semana, Jessia comandou uma série de eventos para “ativar” a marca entre potenciais consumidores do conhaque na cidade. Entre as ações, um jantar para convidados pernambucanos escolhidos a lupa. “Não há diferença entre o público daqui, de São Paulo, ou de outro lugar. O mercado de luxo é sempre regido pelo desejo pelas mesmas marcas”, justifica.

A partir de outubro, garrafas de Louis XIII estarão nas prateleiras de delicatessens recifenses como a Casa dos Frios. Ao preço unitário médio de R$ 11.500. Não é apenas o conteúdo que impressiona. De cristal Baccarat feita a mão, num trabalho que envolve mais de 20 artesões, a embalagem tem lacre em ouro puro 24 quilates. O líquido é composto de um blend de mais de 1,2 mil destilados.

A degustação, de fato, comprova que estamos diante de uma Ferrari dos conhaques. O nariz é complexo: amêndoas, caramelo, tabaco, defumados. Na boca, especiarias, pimenta, mentolados. Questões como a velha lei da oferta e da demanda e do fetiche que regula o mercado do luxo ajudam a justificar o preço além das propriedades meramente organolépticas. “O Louis XIII tem álcool perfeito, não precisa ser aquecido na taça, menos ainda resfriado”, endossa a embaixadora.

As garrafas são numeradas. Cada comprador pode cadastrar o número da garrafa adquirida e entrar para um clube de consumidores. Não apenas pelo status. Mas por “vantagens” como entrar na lista preferencial para adquirir a única garrafa da tiragem especial do conhaque Louis XIII que está chegando ao Brasil.

Numa garrafa esculpida em Baccarat negro, o Louis XIII Rare Cask 42,6 conta com um blend que soma cem anos de envelhecimento em tonéis de carvalho. Além da tradicional tampa no formato de flor de lis, tem o lacre confeccionado em ouro rosa. As uvas, das melhores parcelas da região francesa da Champanhe, são selecionadas das melhores safras. Não há periodicidade para a elaboração de um Rare Cask. O conteúdo dos 738 decanters numerados foi selecionado pelos critérios da cellar master da Rémy Martin, Pierrette Trichet. “Ela seleciona os destilados que chegarão ao mercado quando ela nem estará mais viva ainda”, comenta Jessia.

Na França, cada garrafa custa cerca de 18 mil euros (R$ 54 mil). Com as taxas de importação, no Brasil, o preço deve fácil chegar a R$ 100 mil. Inacessível? Embora não revelem os nomes, os distribuidores dizem que dois pernambucanos já se pronunciaram para entrar na fila de candidatos da garrafa. “Claro que é uma bebida única, para um momento especialíssimo. Mas também um investimento. Imagine quanto uma garrafa dessas não vai valer em algum tempo?”, pondera a embaixadora.

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