Boemia

Caruaru é terra de boteco

Até o dia 26, festival oferece petiscos com cerveja a R$ 15,90

Bruno Albertim
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Bruno Albertim
Publicado em 11/04/2014 às 6:11
Rafael Lima / Divulgação
Até o dia 26, festival oferece petiscos com cerveja a R$ 15,90 - FOTO: Rafael Lima / Divulgação
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CARUARU (PE) – Terra de Vitalino, maior centro de artes figurativas das Américas, capital do forró, Caruaru tem outras razões para ser visitada: seus bares e botecos. Com uma feira que faz juz ao nome da cidade e o acesso a alguns dos melhores ingredientes do Agreste, as casas locais oferecem comida tradicional, bem feita e, no mais das vezes, barata. Na cidade, encontramos o que se busca quando o critério é verdade na cozinha: pratos que combinam com a paisagem.
Foi o que percebemos numa ronda breve pelos bares que integram o Roda de boteco, festival que completa dez anos de atuação em algumas das principais capitais do País e que tem sua segunda edição caruaruense até o próximo dia 26 de abril. “O grande crescimento econômico da cidade, com faculdades e um grande pólo médico, se reflte na ampliação dos bares”, diz o publicitário Carlos Alberto Santos, idealizador do festival, justificando a inclusão de Caruaru no roteiro nacional.
Além de estimular a criatividade local, o festival tem outra vantagem, ainda mais imediata: o preço. Por R$ 15,90, o cliente tem direito a um petisco e uma cerveja de R$ 600 ml (Devassa, por questões de patrocínio), rigorosamente gelada. Ou seja, façamos as contas: na realidade, o prato sai por volta de R$ 10. “Esse é um estímulo para se possa ir a várias casas”, diz.
E alguns desses petiscos, se não compartilhados, valem por uma breve refeição. Caso, por exemplo, da dupla de espetinhos de bode do Bar Bode Assado do Luciano. Aliás, se só tiver um lugar para ir, não hesite. Corra logo para essa casa do Alto do Moura onde a carne assada de caprinos é uma espécie de antesala do paraíso.
As guarnições são corretinhas: farofinha fina, amarelinha, na manteiga, com macaxeira pefeitamente frita, crocante por fora, macia por dentro, com vinagrete e um bode que não parece, nem é, os que comemos por aí. Segredos do fornecedor: “Eu mesmo crio meu bode, que é criado confinado, pra não endurecer as carnes”, diz Luciano José da Silva, 57 anos, caruaruense que começou a vida profissional como garçom no Rio de Janeiro e voltou para sua terra para fazer a vida no braseiro. “Até botei comida alemã para vender aqui. Mas o povo gosta mesmo é de bode”, diz. Difícil é não pedir uma picanha caprina na sequência.
Pra lá de pitoresco é o Bar do Moral, no bairro de Rendeiras. Ali, José Ronaldo de Lira, o Moral, serve uma cerveja tinindo de gelada e tem como petisco desse ano uma misturada de carne de sol, calabresa (industrial, uma pena) com abacaxi e pimenta, tudo flambado em cachaça. Nos domingos, tem um classicaço: galinha guisada com xerém e, todos os dias, tilápia inteira frita na hora.
No bairro de Maurício de Nassau, o Nobre´s é outro endereço interessante: um pé limpo, limpíssimo, aliás. Encontramos bons uísques, cervejadas importadas, baladas universitárias à noite com sertbajeo universitário, mas pérolas da cozinha local como o prato de tripas sequinhas, com uma farofa cítrica de rosca. Os caldinhos são criativos, servidos com os insumos à parte (como no recifense Bar do Neno). O de jerimum com charque tem gosto de moranga recheada. “A ideia era poder oferecer comida regional melhor apresentada”, diz a proprietária Mariana Arruda. Outras opções completam essa geografia:

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