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Borsoi é o novo templo do café em Boa Viagem

A loja funciona numa galeria que fica no térreo do edifício Califórnia, projetado pelo arquiteto Acácio Gil Borsoi

Flávia de Gusmão
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Flávia de Gusmão
Publicado em 16/02/2017 às 16:14
Paloma Amorim/Divulgação
A loja funciona numa galeria que fica no térreo do edifício Califórnia, projetado pelo arquiteto Acácio Gil Borsoi - FOTO: Paloma Amorim/Divulgação
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No Edifício Califórnia, um dos mais icônicos projetos assinados pelo arquiteto Acácio Gil Borsoi no Recife, em 1958, foi inaugurado há menos de um mês o Borsoi Café Clube, uma clara homenagem ao seu criador, que apostava fortemente em prédios de uso misto – residencial e comercial. Justamente na galeria de lojas localizada no térreo, teve início a operação, concebida pelo casal George Gepp e Paloma Amorim. Ele, um barista nascido em Volta Redonda (RJ); ela, uma fotógrafa pernambucana, cujo encontro ocorrido num evento onde ambos trabalhavam desaguou num casamento e no negócio que tocam em conjunto.

O espaço, de pequenas dimensões, foi entregue nas mãos de um expoente da nova geração da arquitetura, Diogo Viana, que o transformou num ambiente de convivência e gastronomia que o bairro de Boa Viagem andava sentindo falta.

CARDÁPIO

 

A comida – representada em um menu reduzido organizado sob a consultoria da chef Taciana Teti – não é o centro das atenções naquela casa. Mas, não se enganem! Nem por isso ela foi tratada de qualquer jeito. A prioridade, no entanto, reside na carta de cafés elaborada pelo especialista George Gepp, que tem no currículo um sólido trabalho desenvolvido entre produtores e comerciantes da bebida, não apenas no sentido de divulgar suas propriedades e especificidades mas, também, de orientar como tirar maior proveito delas.

O leigo, no entanto, não precisa se preocupar com a possibilidade de ser ver perdido em meio a uma lista com nomes e métodos de preparo que são absolutamente desconhecidos entre os não-iniciados no universo que se estende quilômetros além daquele café que nós mesmos preparamos para saborear no desjejum.

A equipe, além de solícita, é preparada para guiar a escolha, que tem como ponto central efetuar uma harmonização entre o que se come e o que se bebe. “Nosso sanduíche de pernil (com cebola, abacaxi caramelado e queijo gouda, R$ 14) casa bem com um café de notas mais cítricas”, sugere Gepp. Para o delicioso brownie feito lá mesmo e servido com sorvete e calda (R$ 17,20), a despeito do senso comum que orienta para um expresso simples, a untuosidade de um moka (calda de caramelo ou chocolate, leite vaporizado e expresso, R$ 10) vem bem a calhar.

Em dias de movimento mais ameno, os baristas vão à mesa demonstrar como se faz a latte arte – aquelas figuras decorativas sobre o creme do café – e conversam longamente sobre os diversos processos de moagem, filtragem e serviço. O açúcar para misturar à bebida, apesar de disponível, é sempre desencorajado. O Borsoi ainda vende café em grão, que é moído na hora de acordo com o processo de filtragem que o cliente tem em casa.

Borsoi Café Clube – Rua Artur Muniz, 82, fone: 3071-6834. De terça a domingo, das 13h às 21h

 

 


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