Entre o enólogo, que concebe e produz, e o consumidor, que aceita e consagra cada produto, existe uma figura essencial para que um vinho possa percorrer os muitos quilômetros de origem até nossa taça. Figura quase sempre invisível, os chamados winehunters são responsáveis por assegurar a equação de negociações, garantias de qualidade, conhecimento e viabilidade para que um vinho chegue a um determinado mercado. De amanhã até sexta-feira, o enófilo pernambucano tem uma plataforma privilegiada para confirmar antigas ou conhecer novas possibilidades na taça. No RioMar, acontece a segunda edição da feira Variedade.
“É uma chance para o consumidor conhecer, de fato, os produtos e poder escolher o que mais gostou antes de levar para casa. Além disso, a época da feira é estratégica, pois chega no período que antecede as festas de fim de ano, com ofertas bastante vantajosas para os visitantes”, observa Fabiana Gonçalves, sommelière e uma das organizadoras do evento.
Feiras de vinhos acontecem, rotineiramente, há mais de um século no mundo. Criada em 1994, na cidade alemã de Düsseldorf, a que é considerada a maior do mundo reúne nada menos que cinco mil expositores e cerca de 55 mil visitantes, um número ligeiramente maior que a mais antiga e tradicional delas, a Vinexpo, da região francesa de Bordeaux, com seus cerca de 50 mil visitantes anuais.
Num País de tradição e, sobretudo, mercado de consumo vitivinícola recente, crescente a partir da abertura para as importações na década de 1990, as feiras de vinho vêm aumentado e se consolidando. Em seu segundo ano, a Variedade, por exemplo, já figura como o maior evento do tipo no Nordeste. Para este ano, cerca de 250 rótulos poderão ser apreciados em estandes de 21 expositores.
ROLHA
Ali, munido de uma taça de degustação oferecida à entrada, o público pode fazer o típico trottoir de um evento vitivinícola: conversar com produtores e/ou distribuidores para esclarecer questões sobre cada vinho provado antes de se decidir por levar ou não a garrafa para casa. Entre os produtores, estarão presentes vinícolas de prestígio como a gaúcha Valduga, cuja história se confunde com o desenvolvimento da vinicultura brasileira, o braço brasileiro da francesa Chandon, a pernambucana RioSol, que mostrou, ao lado de poucas outras, ser possível produzir vinhos de qualidade no tórrido paralelo 8 do mapa e a nova e já consagrada Quinta Maria Izabel, representada pela importadora Ridouro, de capital pernambucano, com vinificação assinada pelo célebre enólogo Dirk Niepoort.
Novidade deste ano, além de degustação e aulas de cozinha ao vivo, a feira conta com parceria com as casas de alta gastronomia do shopping. Participantes da feira não pagam taxa de rolha com vinhos adquiridos no evento nos restaurantes Rui Paula, Pobre Juan, Kisu e L’Entrecôte de Paris.
Variedade - Quarta, das 16h às 21; Quinta e sexta, das 17h às 22h. R$ 100. Assinantes JC têm 50% de desconto. Vendas no site: variedade.eventbrite.com.br.
