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Cá-Já é um restaurante que não dá para dispensar

Casa comandada pelo chef Yuri Machado no Espinheiro é pura personalidade e descontração. Não à toa, vem gerando fãs instantaneamente

Flávia de Gusmão
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Flávia de Gusmão
Publicado em 11/01/2018 às 16:12
Wagner  Ramos/Divulgação
Casa comandada pelo chef Yuri Machado no Espinheiro é pura personalidade e descontração. Não à toa, vem gerando fãs instantaneamente - FOTO: Wagner Ramos/Divulgação
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O Cá-Já é diferente. Talvez por isso tenha atraído tão rapidamente uma clientela curiosa para provar seus atributos. Foi inaugurado há cerca de um mês, e já tem fila de espera em alguns horários. Personalidade é o elemento que mais se destaca neste conceito tocado a três mãos: Alan Machado é aquele que lida diretamente com a clientela; a Marina Moneta coube a parte administrativa-financeira e o chef Yuri Machado manda na cozinha.

O Cá-Já não pretende ser aquilo que não é, e isso, em pessoas ou restaurantes, é deveras cativante. Ocupa uma casa construída em 1950 na Rua Carneiro Vilela, que manteve sua despretensão original – aquela de quando poucos eram os prédios no bairro do Espinheiro, e ainda menos naquela rua.

A entrada é feita pelo portão que costumava conduzir à garagem da residência. Seguindo por um pequeno corredor, deparamos com um quintal onde estão dispostas as mesas e cadeiras, tendo ao centro pés de mangueira e acerola. Este é o primeiro e mais marcante impacto causado pelo ambiente, projetado pelo escritório Albuquerque Malvim, que recorreu a elementos decorativos, soluções e mobiliário simples para não macular o espírito da coisa.

É bonito de ver quando as mesas estão repletas de comensais que conversam animadamente, bebericam seus drinques e se deliciam com as opções do menu. Parece que estamos revisitando aquelas festas familiares, quando as mesas eram colocadas do lado de fora para receber os convidados.

CARDÁPIO COM PERSONALIDADE

O menu é igualmente ousado em seu tamanho diminuto. É como se o chef Yuri Machado estivesse absolutamente convicto da máxima “menos é mais” e tivesse se transformado num acirrado defensor de sua prática. Mas, não se enganem: sua forma pequena guarda uma capacidade impressionante de recall – aquela lembrança da qual você não consegue se livrar, e que sempre repetir.

Yuri Machado, que é sergipano, tem a segurança daqueles que não tiveram pressa em abrir seu próprio negócio, esperando o momento que julgaram não apenas oportuno, mas certeiro. Formado em gastronomia pela UFRPE, tem 10 anos de estrada, trabalhando várias cidades e países. Recife é a sua pátria de coração.

O ceviche, que ele aprendeu em sua estada no Peru, tem leche de tigre perfeito, acompanhado por batata-doce assada. Refrescância e apaziguamento que pedem mais. O rosbiche, que é um rosbife em tiras com molho oriental e muitas ervas (principalmente coentro), implora para ser comido em tigela. O arroz vermelho veggie tem cremosidade obtida com caldo de legumes feito com chá de hortelã ao qual é adicionado queijo parmesão. Como complementos leva ainda maxixe, ervilha-torta, brócolis, cogumelos, vagem e ervas. Para finalizá-lo: fitas largas de camembert maçaricado e tomate cereja. Longa vida ao Cá-Já.

Cá-Já – Rua Carneiro Vilela, 648, Espinheiro. Quinta a domingo, das 12h às 15h; terça a sábado, das 19h às 23h, fone: 3126-0648

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