LANÇAMENTO

Heitor Dhalia lança 12 Horas no Brasil

Longa-metragem conta com a atriz Amanda Seyfried e foi gravado nas cidades de Los Angeles e Portland

Do JC Online
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Publicado em 22/03/2012 às 10:40
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Quando o pernambucano Heitor Dhalia lançou o primeiro longa-metragem, Nina (2004), ele começou a flertar paralelamente com outro mercado cinematográfico, o hollywoodiano. No entanto, só agora o cineasta conseguiu finalizar o filme 12 Horas (Done), com estreia marcada para os cinemas brasileiros no dia seis de abril. A obra não teve uma recepção calorosa nos Estados Unidos, mas Heitor esteve em São Paulo na manhã de terça-feira para conversar com a imprensa nacional sobre o novo filme, que conta com a atriz Amanda Seyfried (A garota da capa vermelha) e foi gravado nas cidades de Los Angeles e Portland.

“O flerte começou em 2004, quando estava lançando o meu primeiro filme em Moscou e ganhei o Prêmio da Critica. O André Ristum foi para Los Angeles e disse que o filme estava fazendo sucesso por lá e havia dois agentes querendo me representar. Fui aos EUA e não sabia falar inglês, até cheguei a me encontrar com algumas pessoas, mas sabia que não ia acontecer nada. Então, voltei para o Brasil e em 2005 comecei a estudar o idioma seis dias por semana. Depois fui viajando com mais frequência para Los Angeles, levei O cheiro do ralo para Sundance e fechei com uma das maiores empresas de representação dos EUA. Mas meus filmes eram pequenos, depois eu fui entendo como o mercado funcionava”, analisou o diretor que viveu na cidade de Portland, Oregon, durante um ano.

O realizador pernambucano reconhecido pelo autoral O cheiro do ralo (2007) e por À deriva (2009), não deixou de ressalvar as diferenças entre o mercado de produção brasileiro e norte-americano. “O grande debate é sobre o controle criativo e se realmente existe uma diferença muito grande. Cada filme nos EUA tem um protótipo, uma história particular e, ao contrario do que se pensa, achamos que é homogêneo, é um mercado heterogêneo. Você trabalha com pessoas muito criativas, que são apaixonadas pelo cinema, o que deixa tudo heterogêneo é a indústria”, refletiu Heitor. O diretor estava acostumado a assinar o roteiro dos seus filmes e a ter controle criativo sobre as obras, mas, para fazer 12 Horas, ele precisou abrir mão de muitas coisas. “É um sistema muito diferente, pois quem coordena todo o processo criativo é o produtor”, completou.

Heitor Dhalia foi o único brasileiro da equipe de 12 Horas. A primeira batalha perdida para o produtor do filme foi não poder levar o diretor de fotografia, Ricardo Della Rosa, que costumava trabalhar no Brasil para a produção. O produtor também não deixava Heitor ensaiar a sós com Amanda Seyfried e, além disso, o cineasta só conheceu alguns atores no próprio set de filmagens. Ao longo da conversa com os jornalistas, o pernambucano não deixou de falar dos prazeres e dos desprazeres de trabalhar na indústria americana e comparou Los Angeles a um grande cassino ou a uma bolsa de valores, onde tudo são negócios e investimentos.

O cineasta reconhece ainda que há poucos elementos que são seus na obra. “Há coisas como a palhetas de cores, a presença do preto. Alguns conceitos de figurino e fotografia, como era um filme para ser escuro, usamos uma luz suave para a imagem ficar bonita, fui buscando no que dava”, afirmou Heitor - que quer dar continuidade à carreira em Hollywood, no entanto com mais controle sobre o processo criativo dos filmes. O cineasta volta a gravar no Brasil no segundo semestre, em uma obra que definiu como: “A maior produção da sua carreira”.

Leia mais sobre o filme no JC desta quinta-feira, no Caderno C

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