CINEMA

Festival do Rio homenageia o cinema de Alberto Cavalcanti

Retrospectiva traz 10 filmes do diretor de O canto do mar

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 02/10/2012 às 10:59
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Retrospectiva traz 10 filmes do diretor de O canto do mar - FOTO: Divulgação
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Um dos mais esperados momentos do Festival do Rio 2012, a retrospectiva dedicada ao cineasta brasileiro cidadão do mundo Alberto Cavalcanti, que nasceu no Rio em 1897, dá a sua largada nesta terça-feira (02/10). Na verdade, é uma pequena mostra do envolvimento de Cavalcanti com o cinema na Inglaterra. Há duas exceções. A primeira é o clássico O canto do mar, que ele realizou em Pernambuco em 1953, um dos três longas-metragens feitos no Brasil em sua longeva carreira. O outro é o documentário francês No país do escalpo (Au pays du scalp, 1931), de Marquis de Wavrin, sobre índios caçadores de cabeça da Amazônia, que ele fez a montagem.

Entre 1922 e 1976, o cineasta teve nome seu associado a mais de 100 filmes, dos quais ele dirigiu 64, produziu 50, roteirizou 37, montou 15 e fez a cenografia de oito. Por isso, muitos historiadores acreditam que ele tenha sido um dos mais completos cineastas da história do cinema mundial. A retrospectiva acontece no ano em que se comemora os 30 anos de sua morte, ocorrida em Paris, onde foi enterrado.

Os outro oito filmes da retrospectiva foram pinçados da fase britânica de Alberto Cavalcanti e fazem parte da coleção do British Film Institute, uma das instituições que apoiam o Festival do Rio deste ano. Ele chegou à Inglaterra na metade dos anos 1930, vindo de Paris, onde desde o início da década anterior fizera parte da vanguarda do cinema francês ao lado de nomes como Marcel L"Herbier, René Clair, Salvador Dali e Luis Buñuel.

Em Paris, fez Le train sans yeux, Rien que les heures e En rade. Este último foi a base do argumento de José Mauro Vasconcelos que resultou em O canto do mar. Desde sempre, o carinho pelos pobres e desafortunados foi a base do cinema humanista de Cavalcanti, cuja família tem raízes pernambucanas. Apesar de excelente, a retrospectiva é pouco mais que um trailer da extensa filmografia de Alberto Cavalcanti. Ele merece mais reconhecimento, o que não teve em vida, pelo menos não do país em que nasceu.

O repórter viajou a convite da organização do festival.

Leia a matéria completa na edição desta terça-feira (02/10) no Caderno C, do Jornal do Commercio.

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