É praticamente impossível, com os caracteres disponíveis para texto, registrar a tensão evocada pela música-tema de Tubarão (Jaws, EUA, 1975), encomendada pelo diretor Steven Spielberg ao compositor John Williams para o filme. Foram esses “tan-tan-tans” crescentemente desesperadores o fundo para a trama que aterrorizava os banhistas da Nova Inglaterra, ao norte dos Estados Unidos, que se tornou um dos produtos mais rentáveis e memoráveis da indústria do entretenimento. Nesta sexta (16), no Recife - cidade constantemente associada a ataques de tubarão pelo alto índice desses incidentes desde a década de 1990 - ironicamente recebe uma sessão especial do filme de Spielberg no Cine São Luiz, às 22h30, dentro da programação do 5º Janela Internacional de
Cinema do Recife.
Na exibição desta sexta (16), que deve ser uma das mais concorridas do festival, o público conta com uma cópia rara em película, formato que se mantém fiel às filmagens originais. Por ironia, a sessão vem na semana em que foram encontrados dois tubarões fêmeas próximos à costa: um na praia de Pau Amarelo e o outro perto da entrada do porto do Recife, onde corre o Rio Capibaribe, o mesmo que banha o Cine São Luiz.
Alguns internautas aproveitaram a ocasião para promover um protesto contra os ataques de tubarão no Grande Recife, cujo litoral já registrou, desde 1992, 52 ataques e 21 mortes. No Facebook, cerca de 90 pessoas confirmaram o evento Tubarões em Pernambuco - vamos invadir sua praia, criado pelo surfista Ítalo Feijó, que convoca os cidadãos para comparecerem na frente do cinema, na hora marcada para o filme, com pranchas, protetor solar, cadeiras, bolas de praia e cerveja. Segundo a descrição da página, o evento propõe a“participação coletiva, discussão transparente e, sobretudo, pressão política para a implementação de ações efetivas de prevenção aos ataques”.
Leia a matéria completa no JC desta sexta (16), no Caderno C
