festival

Começa hoje 16ª Mostra de Cinema de Tiradentes

A homenageada deste ano no festival mineiro é a atriz Simone Spoladore

Agência Estado
Cadastrado por
Agência Estado
Publicado em 18/01/2013 às 10:36
Foto: Divulgação
A homenageada deste ano no festival mineiro é a atriz Simone Spoladore - FOTO: Foto: Divulgação
Leitura:

Começa nesta sexta-feira (18) - e vai até o dia 26 - a 16.ª Mostra de Tiradentes, que ocorre na cidade histórica mineira, distante 180 km de Belo Horizonte. O evento sedia a Mostra Aurora, que virou a mais importante vitrine do cinema de autor no País e, por isso mesmo, atrai olheiros dos maiores festivais do mundo, interessados no reconhecimento dos novos talentos brasileiros.

A mostra também presta homenagens e a homenageada deste ano é a atriz Simone Spoladore, que terá três filmes na programação geral - "Sudoeste", de Eduardo Nunes, "Nove Crônicas para Um Coração aos Berros", de Gustavo Galvão, e "A Memória Que Me Contam", de Lúcia Murat.

Crítico e professor de cinema, Cléber Eduardo é o curador da mostra competitiva - a Aurora - que começa na segunda-feira e vai exibir sete longas. No total, a programação consta de 131 filmes - 34 longas e 97 curtas, que serão projetados em 54 sessões distribuídas entre o Cine-Tenda e o Cinema da Praça. Nos últimos anos, além das projeções, Tiradentes tem recebido debates decisivos para a compreensão e estímulo ao ato de fazer cinema no Brasil.

Como disse a homenageada - Simone -, o fato de esse cinema de autor não ser o que mais fatura na bilheteria não inibe a constatação de que contribui para a memória brasileira. "São histórias com universos muito particulares e que revelam outras formas de olhar o Brasil."

Os debates deste ano privilegiam o tema Fora do Centro, como o próprio festival, que fica fora do eixo Rio/São Paulo. "A cada ano, a Mostra Tiradentes tem demonstrado sua capacidade de se renovar e estabelecer diálogo entre as diversas esferas da sociedade", explica Raquel Hallak, da Universo Produções, coordenadora do evento. "Nesta edição o público vai conhecer a produção brasileira de todos os cantos do Brasil." A abertura, sexta à noite, será com o longa paraibano "Onde Borges Tudo Vê", de Taciano Valério, que venceu o Festival Lume no ano passado.

Havia quase 40 filmes inscritos com o perfil da Mostra Autora. "Poucas vezes vi a 'Aurora' com tanta personalidade própria", avalia Cléber Eduardo. Aurora privilegia jovens diretores com até três longas no currículo. São filmes de autores que primam pela inquietação formal ainda não legitimada. "A programação deste ano tem algo de estratégia política de percepção, de visibilidade e de discussão", diz o curador.

Dos sete concorrentes deste ano, cinco são documentários - "Ventos de Valls", de Pablo Lobato; "Matéria de Composição", de Pedro Aspahan; "Nas Minhas Mãos Eu Não Quero Pregos", de Cris Ventura; "Flutuantes", de Rodrigo Savastano, e "Os Dias com Ele" de Maria Clara Escobar. Há também duas ficções - "Ferrolho", de Taciano Valério, que integra com "Onde Borges Tudo Vê" a "Trilogia Sem Cor" do autor, e "Linz - Quando Todos os Acidentes Acontecem", de Alexandre Veras.

Minas participa com o recorde de três produções na seção competitiva, mas Cléber Eduardo descarta que tantos filmes mineiros sejam um arreglo por ser a Universo uma empresa de Minas. Existem mais duas mostras - a Autorias traz diretores, fotógrafos ou produtores que propõem um modo próprio de olhar, com alta mediação estilística. Da seleção participa "Jards", o documentário de Eryk Rocha sobre Jards Macalé.

A Mostra Sui Generis contempla propostas de estilo próprio, que fogem do senso comum e quebram expectativas. Vai exibir três filmes, entres eles "Claun - Parte 1: Os Dias Aventurosos", de Felipe Bragança, que já ganhou a Mostra Aurora com "A Fuga da Mulher Gorila".

Últimas notícias