CINEMA

Ken Loach faz comédia sobre reabilitação de delinquentes

A parte dos anjos também se passa no mundos dos apreciadores de uísque

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 08/03/2013 às 6:01
Imovision/Divulgação
A parte dos anjos também se passa no mundos dos apreciadores de uísque - FOTO: Imovision/Divulgação
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O longa A parte dos anjos (The angel’s share, 2012), que estreia nesta sexta-feira no Cinema da Fundação e no Cinemark, foi um dos grandes filmes do Festival de Cannes do ano passado. A sessão para a imprensa, numa manhã chuvosa, levantou o ânimo dos jornalistas que não estavam felizes com o clima frio do balneário francês. O cineasta inglês Ken Loach, que já havia sido laureado com a Palma de Ouro em 2006, com Ventos da liberdade (The winds that shakes the Barkley), dessa vez levou o Prêmio do Júri. 

Campeão das liberdades democráticas, Loach dá um tempo em suas preocupações estritamente políticas e se detém nos dilemas da juventude. O filme é uma cativante fábula sobre a ideia de que o ser humano esconde tesouros que nem sempre são descobertos. Numa pareceria que já se estende por 11 longas-metragens, Loach e o roteirista Paul Laverty se superaram numa história plena de humanismo, mas que cativa principalmente pelo humor, quase sempre corrosivo.

A parte dos anjos se passa em Glasgow, na Escócia, e acompanha os desacertos de quatro delinquentes juvenis. Desempregados e sem instrução, eles se conhecem num tribunal, quando são condenados a cumprir pena de serviços comunitários.

O filme fica mais centrado em Robbie (Paul Brannigan), que agrediu um rapaz numa briga de rua, está metido em uma rixa familiar e não é aceito pelo pai da namorada grávida, Leonie (Shioban Reilly). Albert (Gary Maitland), Rhino (Wiliam Ruane) e Mo (Jasmin Riggins) foram pegos fazendo arruaças, destruindo monumentos públicos e roubando lojas.

Sem julgar seus personagens, Ken Loach aponta que o caminho para voltar a ter uma nova vida é tortuoso. Mas, ao contrário da maioria de seus filmes, o clima de comédia doce-amarga garante muitas gargalhadas. Pelo menos uma cena, que mostra duas garrafas batendo uma na outra, é antológica, uma verdadeira obra-prima de suspense.

Leia a matéria completa na edição desta sexta-feira (08/03) no Caderno C, do Jornal do Commercio.

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