A cineasta pernambucana Adelina Pontual teve a ideia para o documentário Rio Doce - CDU, que será exibido nesta segunda-feira (29/04) na Mostra Competitiva do Cine PE, em 2009, quando as discussões sobre mobilidade e mudanças na paisagem do Recife ainda estavam começando. Mas, independente de qualquer questão social, o objeto de seu primeiro longa-metragem nasceu da experiência como passageira da famigerada linha de ônibus que serpenteia durante uma hora e meia, em condições normais, do bairro de Rio Doce, em Olinda, até a Cidade Universitária, na Zona Oeste do Recife.
Adelina pegou muito o ônibus porque a produtora que manteve com Cláudio Assis e Marcelo Gomes nos anos 1990, a Parabólica Brasil, ficava em Olinda. "Mas acompanhar o trajeto circular da linha - de Rio Doce à Cidade Universitária e de volta para Rio Doce - foi um pretexto para falar do cotidiano das duas cidades. Nas entrevistas, as pessoas fazem um resgate da memória das duas cidades e da própria vida delas", explica Adelina.
Cineasta da geração que recolocou o cinema pernambucano no mapa do Brasil, ao lado de Paulo Caldas, Lírio Ferreira, Hilton Lacerda, Amin Stepple e os supracitados Cláudio Assis e Marcelo Gomes, Adelina conta que passou uma semana com a equipe de filmagens acompanhando o percurso da linha de ônibus. "Para mostrar como a paisagem era refletida nos veículos, o diretor de fotografia e cinegrafista Beto Martins inventou uma traquitana que ficava presa na carroceria e captava a imagem espelhada nas janelas", relembra.
Leia a reportagem completa na edição desta segunda-feira (29/04) no Caderno C, do Jornal do Commercio
