CINEMA

Documentários dominaram Festival de Gramado na noite de segunda-feira

O destaque foi o brasileiro Revelando Sebastião Salgado, de Betse de Paula

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 13/08/2013 às 12:57
Rio Filme/Divulgação
O destaque foi o brasileiro Revelando Sebastião Salgado, de Betse de Paula - FOTO: Rio Filme/Divulgação
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Dois documentários foram o prato de resistência do Festival de Gramado na noite de terça-feira: Revelando Sebastião Salgado, de Betse de Paula, na Mostra Competitiva de Longas-metragens Brasileiros; e o argentino Venimos de muy lejos, de Ricardo Piterbarg, na Mostra Competitiva de Longas-metragens Estrangeiros.

Revelando Sebastião Salgado funciona bem com um perfil do renomado fotógrafo brasileiro, radicado na França desde o final dos anos 1960. Betse de Paula levou uma pequena equipe para Paris e se instalou no apartamento de Salgado para algumas horas de entrevistas. Ele conta sua história desde os tempos de menino na cidade mineira onde nasceu, os tempos de economista e o início de sua vida de fotógrafo em Paris, no começo dos anos 1970, até os dias de hoje.

Bem editado e com uma bonita trilha sonora assinada por Naná Vasconcelos, o documentário não revela nada obscuro da carreira de Salgado, mas passeia com propriedade pelo seu estilo e suas fotos. O fotografia de cunho social de Salgado, sempre em preto e branco, é facilmente reconhecida. Foi graças a ele, por exemplo, que o garimpo de Serra Pelada ainda é lembrado. Suas fotos do formigueiro humano da mineração ganharam o mundo. Além dele, apenas um dos filhos e a mulher, Lélia Wanick, participam do documentário. Por isso, o filme não entra em considerações críticas sobre o trabalho de Salgado. Apesar do valor da obra dele, muitos críticos acusaram-no de embelezar a pobreza e lucrar com isso.

Já o longa argentino só confirmou quanto está fraca a seleção de filmes estrangeiros do Festival de Gramado. Provinciano e amadorístico, Venimos de muy lejos não tem qualidade suficiente para participar de um festival fora do seu país. Trata-se de um amontoado de histórias sobre imigrantes de um bairro argentino, sem começo nem fim. São tantos os personagens que entram e saem de cena que mal ficamos sabendo quem eles são. Talvez o filme funcione bem para passar na praça do bairro em um sábado à noite, mas não mais do que isso.

Na noite desta terça (13/08), mais dois filmes serão exibidos: o documentário português Repare bem, de Maria de Medeiros, e longa de ficção A bruta flor do querer, de Andradina Azevedo e Dida Andrade. Haverá, ainda, uma homenagem ao filme Sargento Getúlio, que completa 30 anos. O diretor Hermano Penna e o ator Lima Duarte vão estar presentes.

O repórter viajou a convite da organização do evento.

 

 

 

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