CINEMA

Pernambucano Heitor Dhália faz de Serra Pelada seu filme mais ambicioso

Longa conta a saga dois garimpeiros na famosa jazida a céu aberto do Pará

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 18/10/2013 às 6:02
Warner Bros/Divulgação
Longa conta a saga dois garimpeiros na famosa jazida a céu aberto do Pará - FOTO: Warner Bros/Divulgação
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Com dez anos de carreira como diretor de cinema, o pernambucano Heitor Dhália já não precisa mandar mais recado para ninguém: ele é um dos mais ambiciosos cineastas do País. Nesse espaço de tempo, dirigiu cinco longas-metragens, um deles em Hollywood, o suspense 12 horas (2012), que lhe trouxe mais dissabores que sucesso. Agora, o cineasta volta à carga com um filme feito para agradar uma plateia vasta: Serra Pelada, uma dramática aventura situada no famoso garimpo paraense, cuja imagem de formigueiro humano marcou a década de 1980 no Brasil. O filme estreia nesta sexta-feira (18/10) em lançamento nacional.

Heitor é bastante meticuloso ao dar ares de realidade ao seu filme. Na abertura, reportagens da TV Globo mostram as enormes pepitas de ouro que foram encontradas nas jazidas a céu aberto. Por meio da reconstituição do garimpo, que conta com uma grande ajuda de recursos digitais, o filme conquista o espectador em pouco tempo.

Serra Pelada conta uma história clássica de amizade, ganância, traição e vingança. A trama construída por Dhália e Vera Egito relembra a de muitos filmes já vistos, como os velhos filmes de faroestes que se perderam no tempo. Mas a ambientação dessa história, isso sim, faz a diferença. É nesse inferno na terra, uma montanha que se transforma lentamente em buraco, que se desenvolve a história dos garimpeiros Juliano (Juliano Cazarré) e Joaquim (Júlio Andrade), dois amigos que fogem de São Paulo para enriquecer com o ouro de Serra Pelada.

O arco da história cobre três anos a partir da chegada dos dois amigos. “Esse lugar muda a gente” é uma das primeiras frases que eles ouvem quando chegam em Serra Pelada. A cobiça, alimentada pela riqueza dos donos das barreiras, também vai atingi-los. De um lado, Joaquim sonha em voltar para a mulher grávida que deixou para trás. Sem raízes e devendo a agiotas, não resta a Juliano senão a riqueza a qualquer custo. Aos poucos, eles vão tentando enganar um ao outro, até que o inevitável acontece.

 Para chegar ao topo, Juliano precisa acabar com seus oponentes, entre eles os poderosos Coronel Carvalho (Matheus Nachtergaele) e Lindo Rico (Wagner Moura), e resolver o conturbado relacionamento com a prostituta Tereza (Sophie Charlotte). Para isso, todos os fins justificam os meios, como sempre acontece na guerra entre gângsteres.

Graças ao bom time de atores e as bem executadas cenas de ação, Serra Pelada não decepciona. Apesar de curta, a participação de Wagner Moura, também produtor, é primorosa. E o mesmo pode se dizer quanto a dupla Juliano Cazarré e Júlio Andrade, cujas ações marcam o ritmo do filme. Num país carente de filmes de ação, o sucesso de Serra Pelada pode abrir caminhos para outros gêneros populares além das comédias.

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