CINEMA

Camilo Cavalcante leva A história da eternidade para o Festival de Roterdã

Filme tem estreia mundial na próxima quarta-feira (29/01)

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 27/01/2014 às 6:01
Nicollas Hallet/Divulgação
Filme tem estreia mundial na próxima quarta-feira (29/01) - FOTO: Nicollas Hallet/Divulgação
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O Festival Internacional de Cinema de Roterdã é a porta de entrada do cinema pernambucano na Europa. Há dois anos, foi por lá que O som ao redor, de Kleber Mendonça Filho, iniciou sua arrancada internacional ao ganhar o Prêmio da Crítica (Fipresci). Antes, em 2007, Cláudio Assis já fizera história ao vencer o Prêmio Tiger, o mais importante do festival, com Baixio da bestas. No ano passado, Marcello Lordello esteve por lá apresentando Eles voltam, que estreia nacionalmente na primeira semana de março. 

Este ano, outro cineasta pernambucano tenta a sorte em Roterdã: Camilo Cavalcante vai apresentar, na próxima quarta-feira (29/01), o esperado A história da eternidade, seu primeiro longa-metragem, na Mostra Brigth Future, a janela do festival para os filmes de jovens cineastas comprometidos com a renovação da linguagem cinematográfica.

Aos 39 anos, o cineasta conhecido pelo manifesto Cinema Cabra da Peste faz de A história da eternidade uma súmula de sua extensa carreira cinematográfica. Dono de uma filmografia com cerca de 15 títulos – entre curtas e médias –, Camilo foi buscar inspiração para seu longa de estreia no curta homônimo que realizou há 12 anos. 

Para o longa-metragem, Camilo criou um enredo – inexistente no curta – que tem como núcleo principal as relações de três mulheres de uma mesma família. Alfonsina, uma adolescente de 15 anos, Querência, já na faixa dos 40, e Das Dores, uma senhora idosa, são flagradas em fases distintas de suas vidas em histórias marcadas pela intensidade de sentimentos universais como o amor, o desejo e o sonho. Para interpretá-las, Camilo foi atrás de atrizes nordestinas com o DNA da autenticidade, como as paraibanas Zezita Matos (O céu de Sueli) e Marcélia Cartaxo (a Macabéa de A hora da estrela), que vivem as duas mulheres mais velhas. Para encarnar a adolescente que sonha em conhecer o mar, foi escolhida a cearense Débora Ingrid.

Entre os nomes do elenco masculino, Camilo recorreu ao pé de coelho do cinema pernambucano, o ator Irandhir Santos. “Seu personagem, Joãozinho, é um artista performático. Ele tem uma cena apoteótica dançando ao som de Fala, dos Secos e Molhados”, avisa o cineasta, que ainda alerta sobre o papel fundamental da música em A história da eternidade. Ele convidou o polonês Zbigniew Preisner, dos filmes de Krzysztof Kieslowski, e o pernambucano Domingos, para dividirem a trilha sonora do filme. “Foi muito importante contar com músicos tão talentosos e sensíveis”, reconhece Camilo.

Lei a reportagem completa na edição desta segunda-feira (27/01) no Caderno C, do Jornal do Commercio.

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