A acessibilidade é uma urgência incontornável para as pessoas deficientes. Seja para bens sociais ou culturais, elas têm direito a acesso irrestrito para ver, ler, ouvir e se locomover. Em relação à fruição da arte cinematográfica, as ações ainda estão engatinhando. As pessoas com deficiência auditiva, por exemplo, precisam de legendas para entenderem o que veem. Para os deficientes visuais, as audiodescrições são um grande ajuda.
Numa cidade onde pululam festivais de cinema, a chegada do VerOuvindo – 1º Festival de Filmes com Audiodescrição do Recife é mais do que bem-vinda. Desta sexta-feira (04/04) até a próxima segunda-feira, sempre a partir das 14 e com acesso livre, o Cinema da Fundação abre as portas para deficientes visuais de todo o Estado.
De acordo com a produtora do VerOuvindo, a psicóloga e audiodescritora Liliana Tavares, o festival irá receber um público vindo de cidades do interior (Garanhuns, Gravatá e Bezerros) e de vários bairros do Recife. Liliana tem experiência em audiodescrição já demonstrada no Festival Internacional de Stop Motion do Brasil e na Mostra do Cinema Silencioso. É dela a audiodescrição do curta Recife frio, de Kleber Mendonça Filho.
“Nós teremos três filmes pernambucanos com audiodescrição, seguidos de um debate com os diretores. Além de profissionais locais, convidamos a gaúcha Márcia Caspary para fazer a audiodescrição do longa-metragem Colegas”, adianta Liliana. “Ao contrário dos outros filmes, em que a narração foi gravada e adicionada ao filme, a participação de Márcia será feita ao vivo”, diz.
Uma das particularidades do VerOuvindo é que a Mostra de Curtas-metragens será competitiva, com os deficientes visuais tendo direito a votar em cédulas escritas em Braille. Segunda Liliana, as próximas edições do festival podem trazer legendas e interpretação em Libras para surdos. Confira ao lado a programação.
Leia a matéria completa na edição desta sexta-feira (04/04) no Caderno C, do Jornal do Commercio.
