CINEMA

Menos violento e com jovens atores, Os Mercenários 3 é o filme mais fraco da franquia

Longa estreia nesta quinta-feira (21/7) depois de vazar na internet

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 20/08/2014 às 6:29
California Filmes/Divulgação
Longa estreia nesta quinta-feira (21/7) depois de vazar na internet - FOTO: California Filmes/Divulgação
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Sylvester Stallone e seus velhos mercenários cansados de guerra fizeram de tudo para transformar Os Mercenários 3 (The Expendables 3, EUA/FRA, 2014), que estreia no Recife amanhã, no que poderia haver sido o mais bem-sucedido filme da franquia. Mas nada aconteceu como previsto na trajetória de lançamento do longa-metragem. O primeiro contratempo foi o vazamento de uma cópia em DVD na internet, em julho passado.

De acordo com o jornal The New York Times, “o filme foi baixado mais de 5 milhões de vezes, 500 mil somente nos Estados Unidos e no Canadá”. Ainda segundo o jornal, isso representa cerca de US$ 4 milhões (cerca de R$ 9 milhões) de prejuízo, apenas nos dois países da América do Norte. No resto do mundo, o estrago deve ser inimaginável, já que o fã-clube do ator é maior na Ásia e na América do Sul.

Apesar de ser um detalhe importante, não foi só ele que fez com que a arrecadação do fim de semana de estreia fosse a mais baixa entre os três filmes da franquia. O que está por trás é que a opção das produtoras Lionsgate e Millenium Films, em limitar a violência (ironicamente, para conquistar um público maior) e trazer rostos mais jovens para contracenar com um grupo de atores em que a idade avançada era um conceito em si, não funcionou.

Ao contrário dos dois filmes anteriores, não há corpos explodindo nem cabeças sendo arrancadas em Os Mercenários 3. Além disso, entregar a direção para Patrick Hughes, um cineasta pouco experiente, não parece haver sido uma boa escolha. Talvez por ser mais jovem do que Sylvester Stallone e Simon West, que dirigiram os dois primeiros filmes, os produtores achavam que Hughes estaria melhor preparado para fazer a transição entre os atores velhos e os jovens e ainda manter a camaradagem e pancadaria que os une em cada missão.

Como em Os Mercenários 2, o filme começa com uma cena de ação no estilo da série 007. Os mercenários Barney Ross (Stallone), Lee Christmas (Jason Statham), Gunner Jensen (Dolph Lundgren), Toll Road (Randy Couture) e Hale Caesar (Terry Crews) tomam um trem de assalto, em algum ponto da Europa Oriental, para libertar Doc (Wesley Snipes), um dos novos membros do time. É nessa missão que Barney descobre que o cofundador do grupo, o mercenário Stonebanks (Mel Gibson) não morreu. Está vivíssimo em Moscou, onde mantém um império e vende armas clandestinamente. No fim da missão, Stonebanks atira em Ceasar, o que deixa Barney receoso de continuar com os antigos companheiros em sua próxima missão, que será a vingança contra o antigo sócio.

Essa decisão faz com que Barney saia em busca de novos mercenários, jovens experts em tecnologia e métodos de luta. Com a ajuda de Bonaparte (Kelsey Grammer), ele encontra Thorn (Glen Powell), Mars (Victor Ortiz), Smille (Kellan Lutz, da franquia Crepúsculo) e Luna (a lutadora de MMA Ronda Rousey). Por pura insistência, ele ainda contrata o falante espanhol Galgo (Antonio Banderas), o alívio cômico do filme, que rouba muitas cenas em que aparece.

Além deles, entra em cena os atores Harrison Ford, Arnold Schwarzenegger e Jet Li. Harrison Ford aparece para substituir Bruce Willis, que fazia o elo entre os mercenários e a CIA. Mas, surpresa de verdade, é a revelação de que os personagens de Arnold Schwarzenegger e Jet Li são gays e vivem juntos.

As brincadeiras salpicadas pelo roteiro, principalmente quando mistura histórias pessoais dos atores com os personagens, atingem principalmente Wesley Snipes. Um dos colegas revela que ele foi preso em virtude de problemas com o imposto de renda (o que é verdade: Snipes passou três anos preso por sonegação fiscal). Apesar de certa leveza (em comparação com a carnificina dos filmes anteriores), Os Mercenários 3 é o mais fraco da franquia.

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