OUTUBRO

Festival Janela de Cinema anuncia programação completa

De 24 de outubro até 2 de novembro serão exibidos 130 filmes, de 17 países

Do JC Online
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Publicado em 14/10/2014 às 11:49
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Os realizadores do festival Janela Internacional de Cinema do Recife anunciaram, nesta terça-feira (14/10), a programação completa da sétima edição do evento, que ocorre de 24 de outubro até 2 de novembro. Entre os 130 filmes exibidos, estão o vencedor do prêmio da crítica no Festival de Cannes, Jauja  (Argentina/Dinamarca),  e o inédito A misteriosa morte de Pérola (CE).

Nesta edição, mais dois espaços culturais do Recife recebem ações do Janela, além do Cinema da Fundação e o Cinema São Luiz: O Museu Cais do Sertão e o Portomídia.

Confira a programação completa: 

 

COMPETIÇÃO DE LONGAS

 

Jauja (Argentina/França, 2014, 108 min), de Lisandro Alonso

Os anciãos diziam que Jauja era, na mitologia, uma terra de abundância e felicidade. Muitas expedições partiram em busca desse lugar para comprovar sua existência. Com o tempo, a lenda cresceu de forma desproporcional. Talvez as pessoas exagerem, como é habitual. A única coisa que sabemos, é que todos aqueles que tentaram encontrar esse paraíso terrestre perderam-se pelo caminho.

 

A professora do jardim da infância / The kindergarten teacher (Haganenet, Israel /França, 2014, 120 min), de Nadav Lapid

Uma professora descobre que uma criança de cinco anos tem um prodigioso dom para a poesia. Impressionada e inspirada por esse jovem menino, ela decide proteger seu talento.

 

A tribo / The tribe (Plemya, Ucrânia, 2014, 130 min), de Miroslav Slaboshpitsky

 

Surdo-mudo, Sergey entra para uma escola especializada. Lá, encontra uma hierarquia ligada ao crime e à prostituição. Ao fazer parte de uma série de assaltos, ele entra para a gangue, mas acaba se envolvendo com uma das amantes do líder, quebrando, sem querer, as regras não escritas da "Tribo".

 

Turista / Tourist (Force Majeure, Suécia/Noruega/Dinamarca/França, 2014, 118 min), de Ruben Östlund

 

Família sueca passa férias de Inverno nos Alpes. O sol brilha e as pistas são magníficas, mas durante um almoço num restaurante uma avalanche vai perturbar tudo. clientes do entram em pânico. Ebba, a mãe, chama pelo marido Tomas tentando proteger os filhos, mas ele fugiu, pensando apenas em salvar a própria vida. A avalanche pára sem causar danos e, no entanto, o universo da família foi abalado. Há agora uma interrogação acerca de Tomas, que tenta desesperadamente reocupar o lugar de patriarca da família.

 

O bobo / The fool (Durak, Rússia, 2014, 116 min), de Yuriy Bykov

 

Dima Nikitin é um simples e honesto encanador que trabalha em uma pequena cidade russa. Exceto por sua integridade incomum, nada o faz se destacar da multidão, até que uma noite, em um dormitório ocupado principalmente por bêbados e marginais, os canos estouram, colocando em risco os ocupantes. Todo mundo precisa evacuar a área imediatamente, mas ninguém se importa, então Nikitin parte em uma odisséia noite afora, para combater todo um sistema de burocratas corruptos.

 

A misteriosa morte de pérola (Brasil, 2014, 62 min), de Guto Parente e Ticiana Augusto Lima

Pérola é uma jovem brasileira que se muda para uma pequena cidade da França para estudar em uma escola de arte. Longe de casa e de seu namorado, vivendo sozinha em um apartamento antigo e sombrio, Pérola sente os efeitos de um tempo que passa pesado e mordaz, sendo cada vez mais tomada por nostalgia e medo, solidão e pavor, a um ponto onde sonho, fantasia e realidade perdem suas fronteiras. Depois da misteriosa morte de Pérola, o namorado ausente se torna presente e busca por sua alma.

 

Sinfonia da necrópole (Brasil, 2014, 84 min), de Juliana Rojas

Na cidade de São Paulo, a rotina do aprendiz de coveiro Deodato muda quando uma nova funcionária chega ao cemitério. Juntos, eles devem fazer o recadastramento dos túmulos abandonados, mas estranhos eventos fazem o aprendiz questionar as implicações de se mexer com os mortos.

 

Brasil S/A (PE, 2014, 72 min), de Marcelo Pedroso

No Brasil dos últimos 500 anos, Edilson esteve cortando cana-de-açúcar. Um dia, as máquinas chegaram e ele deixou o corte para se engajar em sua primeira missão espacial. Um pequeno passo para ele, um salto enorme para o Brasil.

 

Ventos de agosto (PE, 2014, 77 min), de Gabriel Mascaro

Shirley deixou a cidade grande para viver em uma pequena e pacata vila litorânea cuidando de sua avó. Ela trabalha numa plantação de coco dirigindo trator. Mesmo isolada, cultiva o gosto pelo punk rock e o sonho de ser tatuadora. Ela está de caso com Jeison, um rapaz que também trabalha na fazenda de cocos e nas horas vagas faz pesca subaquática de lagosta e polvo. Um estranho pesquisador chega na Vila para registrar o som dos ventos alísios que emanam da Zona de Convergência Intertropical. O mês de agosto marca a chegada das tempestades e das altas marés. Os ventos crescentes marcarão os próximos dias da pequena vila colocando Shirley e Jeison numa jornada sobre perda e memória, a vida e a morte, o vento e o mar.

 

Casa grande (RJ, 2014, 114 min), de Fellipe Barbosa

Jean é um adolescente rico que luta para escapar da superproteção dos pais, secretamente falidos. Quando o motorista de longa data é demitido, Jean tem a tão sonhada chance de pegar o ônibus público pela primeira vez. No ônibus, ele conhece Luiza, uma aluna da rede pública que começa a abrir seus olhos para as contradições de dentro e fora da casa grande.

 

Prometo um dia deixar essa cidade (PE, 2014, 90 min), de Daniel Aragão

Joli retorna para casa após passar um longo período numa clínica de reabilitação. Seu pai, Antônio, um famoso político da cidade, está bastante preocupado com sua conduta e reinserção na sociedade. Este é o momento no qual pai e filha tentam reatar os laços partidos da relação.

  

COMPETIÇÃO DE CURTAS BRASILEIROS

 

A Era de Ouro (CE), de Leonardo Mouramateus e Miguel Antunes Ramos
Ontem, tarde da noite, fui ao jardim, ver se nosso teatro ainda estava de pé. E ele está lá até hoje.

 

Dia branco (SP), de Thiago Ricarte
A neblina nas rochas. A fita no arvoredo. Um celular registra a lembrança de estar lá.

 

Estátua! (SP), de Gabriela Amaral Almeida
A babá Isabel está no sexto mês de gestação e não pode esperar para ser mãe. Até conhecer Joana.

 

Gigante (RJ), de Rafael Spínola
Quando você volta pra casa e vê que tudo parecia muito maior.

 

História natural (PE), de Júlio Cavani
Um homem encontra um misterioso objeto orgânico no topo da árvore mais alta de uma floresta.

 

João Heleno dos Brito (PE), de Neco Tabosa
Bang-bang, paz e amor.

 

Kyoto (SP), de Deborah Viegas
Um retrato de uma família que vive na solidão de um mundo inóspito. Uma crônica íntima dos ritmos da vida cotidiana que muda e abre uma janela para uma beleza inesperada.

 

La Llamada (SP), de Gustavo Vinagre
Lázaro Escarze, um cubano revolucionário de 87 anos, vive num pequeno povoado e terá seu telefone instalado pela primeira vez na sua vida. Para quem ele vai ligar?

 

Loja de répteis (PE), de Pedro Severien
Aluisio ama a loja e seu animais.

 

Malha (PB), de Paulo Roberto
A violenta materialização de um festejo popular, a malhação do Judas, no interior da Paraíba, onde os credos religiosos de um povo servem de pano de fundo para a entrega visceral ao escárnio profano.

 

Noites traiçoeiras (PE), de João Lucas Melo Medeiros
Dôri tem quase 60 anos e ainda procura um grande amor em sua vida. O filme apresenta as "fascinações" existentes em um mundo frustrante e difícil.

 

Nua por dentro do couro (MA), de Lucas Sá
Ela protege sua carne, mas o couro começa a cair.

 

O arquipélago (RJ), de Gustavo Beck
Um retrato de uma família que vive na solidão de um mundo inóspito. Uma crônica íntima dos ritmos da vida cotidiana que muda e abre uma janela para uma beleza inesperada.

 

O bom comportamento (RJ), de Eva Randolph
Férias de verão na colônia. Com os celulares guardados, os adolescentes se divertem em atividades ao ar livre. É também a primeira vez de Laura ali, e ela precisa se adaptar ao grupo. Uma velha história de fantasma parece apontar um caminho.

 

Ocaso (RJ), de Bruno Roger
Fim de tarde, um estudante e um operário de obras sentam às margem da baía e deixam rastros na paisagem.

 

O clube (RJ), de Allan Ribeiro
A turma Ok comemora 53 anos.

 

O lugar mais frio do Rio (RJ), de Madiano Marcheti
Espero uma resposta.

 

Quinze (MG), de Maurilio Martins
Na periferia de Contagem, sob paredes sem acabamento, Raquel tem alguns sonhos. Por ora, a festa de 15 anos da filha é o maior deles. Em meio a isso há contas a serem pagas, a busca pelo próximo dinheiro e há o amor por Cleide.

 

Sandra espera (MG), de Leonardo Amaral
Sandra espera ser convocada para o jogo de sábado, espera o jantar com o pai, espera o encontro marcado.

 

Si no se puede bailar, esta no es mi revolución (SP/Cuba), de Lillah Halla
É impossível falar de Cuba sem pensar na sua música. Dizem até que o código genético dos cubanos leva notas musicais no lugar de genes. Esse filme nasce de uma pergunta simples: Que a música representa este momento da sua vida?

 

Tejo Mar (RJ), de Bernard Lessa
João, um estudante de teatro português, está terminando sua temporada de estudos no Rio de Janeiro. Em sua última semana desse lado do oceano, ele sente na pele a ansiedade da namorada portuguesa enquanto redescobre o Rio de Janeiro no qual chegou há 10 meses.

 

Vailamideus (CE), de Ticiana Augusto Lima
Festa em família

 

Verona (SP), de Marcelo Caetano
Dez anos após o rompimento do duo de dance music Verona, Elias volta ao Brasil para reencontrar seu antigo parceiro, Walter, que está prestes a se casar com Filipe.

 

  

COMPETIÇÃO DE CURTAS INTERNACIONAIS

 

A caça revoluções/ The revolution hunter (Portugal), de Margarida Rego *com presença da diretora

 

Abandoned goods (Inglaterra), de Ed Lawrenson
Bens abandonados conta a história da viagem da coleção Adamson. Recentemente redescoberto depois de anos de negligência, a coleção é um dos principais componentes da arte de asilo britânica. Ela contém cerca de 5.500 objetos criados entre 1946-1981 por pacientes em do hospital psiquiátrico Netherne, em Surrey.

 

An der tür / At the door (Alemanha), de Miriam Bliese
Um homem pega seu filho na casa de sua ex-esposa, como todo fim de semana. Como sempre, ele espera na entrada do prédio para que seu filho desça as escadas. Mas neste sábado, ele demora um pouco mais.

 

Cambodia 2099 (França), de Davy Chou
Phnom Penh, Cambodia. Em Diamond Island, o auge da modernidade do país, dois amigos contam um ao outro os sonhos que tiveram na noite passada.

 

En août/ In august (Suíça), de Jenna Hassej
Margaux, seis anos, acorda cedo numa manhã de agosto. Ela vai até a janela e vê seu pai colocando caixas dentro do carro. Sua mãe ainda está dormindo. Aquele verão promete ser singular para a garota.

 

La reina/ The queen (Argentina), de Manuel Abramovich
Memi tem 11 anos de idade, e ela vai ser a rainha do Carnaval. É uma deslumbrante honra, mas você tem que sofrer para ser bonita.

 

Me tube (Áustria), de Daniel Moshel
MeTube, uma homenagem aos milhares de ambiciosos usuários do YouTube e blogueiros de vídeo, os auto promotores talentosos e nem tão talentosos da Internet.

 

Nevermind (Canadá), de Jean-Marc E. Roy
Pós-festa e Kurt Cobain.

 

Oh Lucy (Japão), de Atsuko Hirayagi
Setsuko, uma senhora solteira de 55 anos, que trabalha em um escritório em Tóquio, recebe do seu professor de inglês uma peruca loira e uma nova identidade, "Lucy". "Lucy" desperta desejos que Setsuko nunca soube que tinha.

 

Person to Person (Estados Unidos), de Dustin Guy
Acordando na manhã seguinte depois ter dado uma festa, um homem descobre uma estranha desmaiada no seu chão. Ele passa o resto do dia tentando convencê-la a ir embora.

Ponto morto/ Idle road (Portugal), de Pedro Peralta
Um jovem casal pega a estrada para umas férias românticas. Eles encontram um carro que foi atingido, e uma mulher morta na beira da estrada. O casal não é tão jovem. Na verdade, eles são atores em um filme.

 

Redemption (Portugal), de Miguel Gomes
Quatro pobres diabos procurando por redenção.

 

Rio-me porque és da aldeia e vieste de burro ao baile (Portugal), de Stealing Orchestra & Rafael Dionísio
Popular, diversão, zombaria, sampling, fado, piada.

 

Tant qu'il nous reste des fusils à pompe/ As long as shotguns remain (França), de Caroline Poggi e Jonathan Vinel
Está absurdamente quente. As ruas estão estranhamente vazias. Joshua quer morrer, mas não quer deixar seu irmão Mael sozinho. Enquanto isso, ele conhece uma gangue: os Icebergs.

 

The Chicken (Alemanha), de Una Gunjak
Como presente do seu sexto aniversário, Selma ganha uma galinha. Quando ela se dá conta de que o animal irá morrer para alimentar a família, ela decide salvá-la e libertá-la, sem saber dos riscos que isso irá acarretar. Estamos em Sarajevo, no ano de 1993.

 

The Dark, Krystle (Estados Unidos), de Michael Robinson
A cabina está pegando fogo! Krystle não consegue parar de chorar, Alexis não vai parar de beber, e a essencia da existência está em jogo, de novo e de novo e de novo.

 

Tornistan/ Backward Run (Turquia), de Ayce Kartal
Junho de 2013. Manifestantes ocupam o parque Taksim Gezi, em Istambul. Enquanto a tensão e a brutalidade da polícia aumenta cresce nas ruas, a TV turca transmite documentários sobre pinguins.

 

Triângulo dourado/The golden triangle (Portugal), de Miguel Clara Vasconcelos
Às portas de Paris, onde o rio Sena encontra o Marne, Sheylla revela memórias, encontros e sentimentos das viagens que a levaram até ali. Ela prepara-se para partir de novo, mas que direção tomar quando se pode partir em todas as direções?

 

Washingtonia (Grécia), de Konstantina Kotzamani
Washingtonia começa quando o coração das girafas não pode mais ser ouvido. Washingtonia é um nome alternativo para Atenas, um lugar onde as pessoas, como os animais, caem na tristeza de verão por causa do calor.

 

 Wind (Alemanha), de Robert Löbel
A rotina diária na vida de um país onde venta muito, e do cotidiano de pessoas que vivem numa área de muito vento e que parecem iimpotentemente expostas ao tempo. No entanto, os habitantes aprenderam a lidar com suas difíceis condições de vida.

 

 

SESSÕES ESPECIAIS

 

Sem coração (PE, 2014, 25 min), de Nara Normande e Tião
Léo vai passar férias na casa de seu primo, em uma vila pesqueira. Lá, ele conhece uma menina apelidada de "Sem Coração".

Maidan (Holanda/Ucrânia, 130 min), de Sergei Losnitza
Maïdan, é a praça central de Kiev, a capital da Ucrânia. Desde Novembro de 2013, é nessa praça que os cidadãos de todas as idades e de todas as confissões se reúnem para protestar contra o regime do presidente Yanukovich. Será obrigado a demitir-se no final de Março. De Novembro a Março, o Sergeï Loznitsa filmou Maïdan.

Permanência (PE/SP, 2014, 90 min), de Leonardo Lacca
Um fotógrafo pernambucano viaja a São Paulo para sua primeira exposição individual e decide se hospedar na casa da ex-namorada, hoje casada.

 

Obra (SP, 2014, 80 min), de Gregorio Graziosi
Na populosa Cidade de Sao Paulo, um jovem arquiteto envolvido na construção de seu primeiro grande projeto, testemunha a descoberta de um cemitério clandestino no terreno que pertence a seus ancestrais. Questionando seu passado e origens, ele entra em conflito com sua consciência, herança familiar e com a memória da cidade que retorna à superfície.

 

Björk: Biophilia live (UK, 2014, 97 min), de Peter Strickland e Nick Fenton
Filme-concerto que captura o elemento humano do projeto multimídia e multidisciplinar de Björk: Biophilia. Gravado ao vivo em um concerto da cantora em Londres em 2013, o filme inclui Björk e sua banda interpretando todas as músicas do disco Biophilia, usando uma enorme variedade de instrumentos – digitais, tradicionais e alguns completamente inclassificáveis.

 

Sangue azul (PE/SP, 2014, 114 min), de Lírio Ferreira
Há 20 anos, numa ilha vulcânica e paradisíaca, um menino de 10 anos foi separado de sua irmã. A mãe, temerosa que uma atração incestuosa se desenvolvesse entre os dois, mandou seu filho para o continente com Kaleb, o ilusionista do Circo Netuno, que estava passando pela ilha. No continente, Kaleb instruiu o menino nas artes do circo e do espírito, e o ex-ilhéu se tornou Zolah, o Homem Bala. Zolah agora está de volta à ilha com o circo. Um paralelo entre cinema e circo para falar de mar, arte e amor.

 

A história da eternidade (PE, 2014, 120 min), de Camilo Cavalcante
Em um pequeno vilarejo no Sertão, três histórias de amor e desejo revolucionam a paisagem afetiva de seus moradores. Personagens de um mundo romanesco, no qual suas concepções da vida estão limitadas, de um lado pelos instintos humanos, do outro por um destino cego e fatalista.

 

Sete corações (PE, 2014, 96 min), de Andrea Ferraz
Sete vidas, sete histórias, uma paixão: o frevo. A composição de uma música em conjunto que nos transporta ao mundo de sete grandes maestros pernambucanos. José Menezes, Nunes, Clóvis Pereira, Guedes Peixoto, Duda, Ademir Araújo e Edson Rodrigues, lendas vivas deste ritmo que é patrimônio imaterial do Brasil. Uma viagem pelo frevo.

 

Branco sai preto fica (DF), de Adirley Queirós
O filme cria suas imagens e sons a partir de uma história trágica: dois homens negros, moradores da maior periferia de Brasília, ficam marcados para sempre graças a uma ação criminosa de uma polícia racista e territorialista da Capital Federal. Essa polícia invade um baile black. Tiros, correria e a consumação da tragédia: um homem fica para sempre na cadeira de rodas, o outro perde a perna após um cavalo da polícia montada cair sobre ele. Mas esses homens não se sentem confortados em contar a história de maneira direta e jornalística. Eles querem fabular, querem outras possibilidades de narrar o passado, abrindo para um presente cheio de aventuras e ressignificações, propondo um futuro.

 

Batalhas de amor (Mes séances de lutte, França, 2013, 103 min), de Jacques Doillon
Uma bucólica paisagem de verão. Um casal sem nome se conhece. A mulher volta à sua aldeia após a morte de seu pai, que nunca a amou. Aqui ela conhece um homem - uma espécie de Pan - que passa seus dias na agricultura e na escrita. Cada encontro culmina na necessidade de que eles se confrontem um ao outro fisicamente. Os argumentos da mulher com seus irmãos sobre a distribuição dos bens de seu pai revela profundos conflitos e velhas feridas que tomam dimensões absurdas. O homem e a mulher embarcam numa exploração lúdica - cada um fazendo uso de suas próprias armas - que se torna cada vez mais sofisticadas à medida que são desenvolvidas. Improvisado, no início, logo se torna um ritual codificado, um jogo de alto risco de uma crescente rendição física e psicológica e auto revelação. Um surpreendente pas de deux, carregado de erotismo, encontros dinâmicos e repulsões.

 

Ela volta na quinta (MG, 2014, 108 min), de André Novais
Alguém partiu, alguém ficou.

 

 

RECIFE EM SUPER 8

         - Noturno em Récife Maior (PE, 1981, 35 min), de Jomard Muniz de Britto

Com 35’ de duração quase frenética, talvez seja este o longa metragem que gostaria de ter feito em super 8. Por coincidência em 1981. Assim, nem curta nem longa, precisamos assumi-lo enquanto criação coletiva. Impossível destacar prioridades: quem primeiro ou derradeiro a ser mencionado. Filme flutuante do teatro ao cinema, interiores e exteriores, imagens dialogando com a voz e a musicalidade de todos os tropicalismos. Colagens, citações, bricolagens, memórias roubadas entre o nacional-popular e o internacionalismo pra-pular. O integralismo de Gustavo Barroso, a criticidade de Oswald de Andrade, o engajamento desnorteador da pergunta QUE PAÍS É ESTE? Fúria e fulgor do VIVENCIAL DIVERSIONES percorrendo pontes, grades, bares do início ao sem fim. Confins dos ensaios de redemocratização. Abismos de Hélio Oiticica às situações-limite da pernambucália corroendo oficiosas pernambucanidades. Mas deixemos à margem nossas convicções universitárias e confirmemos que sem a câmera de LIMA (in memoriam), sem o estúdio de gravação de
GILBERTO MARCELINO, sem o rigor das locações e, sobretudo, sem a libertinagem dos improvisos, NADA seria deste NOTURNO. Além dos citacionismos da pós-modernidade, sem a pesquisa e TRANSinterpretação de Antonio CADENGUE este filme tão musicalizado não resistiria até agora. Sejamos, portanto, co-autores e expectadores assumindo em particípio presente – escrevivendo, cinevivendo – nossas errâncias do vampirismo, dissipações, paradoxos e polimorfismos.

 

         - Se Pintar Colou (1982), de Ivan Cordeiro

         - Se Colar Olhou (1982), de Ivan Cordeiro

 

Durante o período de 01 a 15 de fevereiro de 1981, aconteceu a 1a. Exposicao Internacional de Art Door na cidade do Recife, um evento criado pelos artistas plásticos Paulo Brusky e Daniel Santiago. Os órgãos culturais e de mídia produziram esse grande acontecimento transformando a cidade em uma grande galeria de arte utilizando os trabalhos de artistas dos quatro cantos do mundo. Com uma câmera Super 8 e um Fiat 147, juntamente com o fotógrafo Régi Galvao, o produtor executivo Claudio Barroso, o ator Ângelo Lima e o artista plástico Alexandre Ricardo, documentei toda a mostra. Daí resultaram 2 curtas. O primeiro deles intitulado " Se pintar colou" (pré-produção e colagem dos cartazes) e o segundo "Se colar olhou" (o resultado como galeria urbana).

Mais informações no Caderno C desta quarta-feira (15/10), no Jornal do Commercio.

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