CINEMA

Talento de Rita Carelli explode na tela do Cinema São Luiz

A atriz é a protagonista de Permanência, longa pernambucano em exibição neste sábado (25/10), no Janela Internacional de Cinema do Recife

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 25/10/2014 às 6:00
Pedro Sotero/Divulgação
A atriz é a protagonista de Permanência, longa pernambucano em exibição neste sábado (25/10), no Janela Internacional de Cinema do Recife - FOTO: Pedro Sotero/Divulgação
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Atriz, cineasta, escritora e desenhista. São muitos os talentos de Rita Carelli, 30 anos, uma paulista de coração pernambucano que vai brilhar, na noite deste sábado (25/10), na tela do Cinema São Luiz. Ela é a protagonista de Permanência, primeiro longa-metragem de Leonardo Lacca, que será exibido hors concours no VII Janela Internacional de Cinema do Recife. Rita e Irandhir Santos, seu companheiro de cena, revisitam em larga escala os mesmos personagens do curta Décimo segundo, que deu a Lacca o Candango de Melhor Diretor no Festival de Brasília, em 2007.

Depois de passar o final da adolescência e parte da vida adulta entre Olinda e o Recife, Rita voltou a morar na cidade natal. No longa, seu personagem, que também se chama Rita, mora em São Paulo e está casada. O ex-namorado recifense, o fotógrafo Ivo (Irandhir), fica em seu apartamento enquanto prepara uma exposição. A chegada desse intruso desestabiliza a relação de Rita e Mauro (Sílvio Restiffe).

Rita e Leonardo são amigos há bastante tempo. Ela foi atriz do curta Eisenstein, dirigido a seis mãos por Leonardo, Tião e Raul Luna. Dois anos depois, em 2008, a dupla fez a direção de arte de Muro, o premiado curta de Tião. Artista múltipla, desde cedo se dividiu entre várias atividades, mas a carreira de atriz tem tomado mais o seu tempo. No ano passado, por exemplo, ela teve dois desempenhos sensacionais nos curtas Sob a pele, de Daniel Bandeira e Pedro Sotero, e Au revoir, de Milena Times, pelo qual ganhou o Candango de Melhor Atriz no Festival de Brasília.

Este ano, Rita foi mais longe: atuou e dirigiu a si própria no curta Hospedeira, que estreou no Festival de Curtas de São Paulo. Na semana passada, Rita esteve com Hospedeira e Sob a pele no Goiânia Mostra Curtas. “Por enquanto, não tenho intensão de dirigir outro filme. Quero me dedicar mais à minha carreira de atriz. Hospedeira nasceu do desejo de fazer uma coisa minha, que aliasse meu lado de atriz e de escritora. Ganhei um prêmio para fazê-lo e, em seis meses, o filme ficou pronto”, conta.

Hospedeira é um mergulho no inconsciente feminino. A personagem de Rita tem uma leve semelhança com o estranho ser hipersexuado de Sob a pele. Visualmente, o filme lembra mais o curta História natural, de Júlio Cavani. “Ele viu o meu e disse que nossos filmes eram primos”, revela. O curta não tem uma história. Começa com um homem e mulher saindo de uma noitada. Ele diz que vai levá-la para algum lugar; ela acorda só, numa casa fincada em uma mata fechada. Desorientada e perdida, se aventura em busca de uma saída. Uma epígrafe, assinada por Clarice Lispector, diz que se perder é uma forma de também se achar. Vale ressaltar, também, a incrível edição de som, a cargo de Guile Martins, que transporta o espectador para dentro de uma mata.

Agora, Rita se prepara para voltar a filmar no Amazonas. Ela integra o elenco do longa Antes o tempo não acabava, novo filme de Sérgio Andrade (A floresta de Jonathas). A paisagem da região é familiar para Rita. Na infância e adolescência, ela acompanhou o pai, o cineasta Vincent Carelli, da produtora Vídeo nas Aldeias, em trabalhos nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil. Dessa experiência, nasceu o projeto Um dia na aldeia, com três livros infantis, lançados pela Cosacnaify, escritos e desenhados por Rita, a partir de filmes realizados por cineastas indígenas.

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