CINEMA

Filão das cinebiografias dominou o cinema em 2014

Próxima estreia é a biografia de Irmã Dulce, nesta quinta-feira (13/11)

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 11/11/2014 às 6:06
Ique Esteves/Divulgação
Próxima estreia é a biografia de Irmã Dulce, nesta quinta-feira (13/11) - FOTO: Ique Esteves/Divulgação
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A menos de dois meses para o ano acabar, o filão das cinebiografias não dá sinais de cansaço. A grande quantidade de relatos biográficos foi uma das principais características do cinema em 2014. Até velhos conhecidos dos espectadores – como os bíblicos Noé e Jesus Cristo – tiveram suas histórias contadas novamente pela indústria hollywoodiana. Aqui no Brasil, as biografias estão de vento em popa há muito tempo, mas neste ano a produção foi mais generosa.

Só nos últimos meses, o público foi bombardeado com as histórias da vida de vários brasileiros ilustres, como Tim Maia, Paulo Coelho, Helio Oiticica, Getúlio Vargas, Tim Lopes, Henry Sobel e Sérgio Bernardes, entre outros. Nesta quinta-feira (13/11), estreia a biografia de uma das personalidades mais queridas do País: Irmã Dulce. Dirigido por Vicente Amorim, o filme conta a história da freira conhecida como o Anjo Bom do Brasil, no ano em que a religiosa baiana completaria 100 anos.

Na estratégia das distribuidoras Downtown Filmes e Paris Filmes, Irmã Dulce entra, primeiro, nos cinemas do Norte e do Nordeste, numa tentativa de repetir o êxito da comédia cearense Cine Holliúdi, de Halder Gomes, que levou 480 mil espectadores aos cinemas – sendo que 400 mil apenas nas duas regiões. “As pesquisas indicam que é melhor lançar o filme na praça onde ela era conhecida. Mas nem sempre o sucesso se repete nas outras cidades da região. Cine Holliúdi, por exemplo, foi muito bem Fortaleza, mas não no Recife”, analisa o cineasta Paulo Sérgio Almeida, diretor do portal Filme B, um banco de dados que contabiliza as bilheterias brasileiras desde 2002.

De acordo com Almeida, as cinebiografias fazem sucesso desde as décadas de 1970 e 1980, em filmes como Lúcio Flávio, o passageiro da agonia, de Héctor Babenco, e O Homem da capa preta, de Sergio Rezende. “Desde então, esses filmes adquiriram força mercadológica, assim como os livros nos quais as histórias apareceram primeiro. Todo mundo quer saber mais sobre a vida de alguém conhecido, um mito ou com quem se tem admiração ou identificação”, explica o cineasta, que também alerta para o fraco desempenho dos filmes biográficos.

O longa-metragem Não pare na pista – a melhor história de Paulo Coelho, de Daniel Augusto, não chegou a ultrapassar a barreira dos 100 mil ingressos vendidos. Para uma produção de R$ 12,5 milhões, o resultado foi um fracasso retumbante. Para Almeida, o cinema brasileiro vem tentando várias possibilidades de fazer sucesso junto ao público. “A comédia, por exemplo, é outro resgate histórico. O que falta é o filme-evento, aquele ligado à violência urbana ou ao tema do momento, que também fez sucesso em livro ou no teatro, como Cidade de Deus e Carandiru. Mas isso vem rareando ultimamente”, constata.

Leia a matéria completa na edição desta terça-feira (11/11) no Caderno C, do Jornal do Commercio.

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