Estreia

Filme O duelo traz última participação do ator José Wilker

Longa-metragem é uma adaptação de 'O velhos marinheiros', romance de Jorge Amado lançado em 1961

Marcos Toledo
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Marcos Toledo
Publicado em 19/03/2015 às 6:00
Warner Bros. Pictures/Divulgação
Longa-metragem é uma adaptação de 'O velhos marinheiros', romance de Jorge Amado lançado em 1961 - FOTO: Warner Bros. Pictures/Divulgação
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O imaginário de Jorge Amado (1912-2001) já forma uma considerável filmografia no cinema e na TV ao longo de seis décadas. Certamente você já deve ter ouvido em algum momento que determinada adaptação não foi fiel ao original do escritor baiano, com raras exceções, como o longa-metragem Dona Flor e seus dois maridos (1976), de Bruno Barreto. E isso é compreensível. Trata-se de uma bibliografia que proporciona e muito o uso da imaginação. É como se cada pessoa lesse uma versão diferente da mesma obra. Por isso, à primeira vista, torna-se difícil assistir a O duelo (2015) - a mais recente versão de um romance do escritor, baseado em Os velhos marinheiros (1961) -, que chega esta quinta-feira (19/3) às salas do País.

Longe de ser uma obra-prima, o filme peca por vários aspectos. Sobressaem os atores principais - o português Joaquim de Almeida e o brasileiro José Wilker (1946-2014), aqui em seu último trabalho no cinema -, e participações especiais de astros televisivos calejados, como Patrícia Pillar, Cláudia Raia, Márcio Garcia, Maurício Gonçalves, Milton Gonçalves, Castrinho e Tainá Müller.

Mas, ao longo de quase duas horas O duelo vai aos poucos conquistando o espectador mais pela própria trama do que por qualquer outro aspecto. Como na leitura de um livro do escritor baiano, sobretudo no que flerta com o fantástico, quanto mais o espectador viaja, desprendido de julgamentos, mais ele aproveita.1

O roteiro é fruto do conflito entre dois personagens. Primeiro é apresentado o comandante Vasco Moscoso de Aragão (Almeida), capitão de longo curso da Marinha Mercante que chega à pacata cidade litorânea de Periperi onde logo ganha a atenção de todos os moradores, sobretudo pelas histórias fantásticas que conta haver desbravado pelos sete mares. Depois, Seu Chico Pacheco (Wilker), até então o morador mais ilustre da cidadezinha que, destronado e desconfiado, tenta revelar a verdadeira identidade e os reais interesses do suposto farsante.

A entrada de Wilker em cena e o tal duelo prometido pelo título garantem o interesse e o bom humor da trama até o desfecho.

Leia a crítica completa na edição desta quinta-feira (19/3) do Caderno C do Jornal do Commercio.

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