CINEMA

Noite pernambucana no Cine PE:Festival do Audiovisual

Dois longas e dois curtas são exibidos nesta quarta-feira (6/5), no Cinema São Luiz

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 06/05/2015 às 9:43
Pedro Sotero/Divulgação
Dois longas e dois curtas são exibidos nesta quarta-feira (6/5), no Cinema São Luiz - FOTO: Pedro Sotero/Divulgação
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A quarta noite do 18º Cine PE é pernambucana com certeza. Nesta quarta-feira (6/6), de uma tacada só, quatro filmes produzidos no Estado ganham exibição na tela do Cinema São Luiz, a partir das 19h. As três mostras competitivas do festival estão completamente dominadas. Até os dois curtas da programação também são locais. 

Na Mostra Competitiva de Longas-Metragens, dois filmes muitos pessoais: a ficção Permanência, de Leonardo Lacca, e documentário O gigantesco ímã, de Petrônio e Tiago Scorza. Em comum, duas obras que tomaram vários anos de trabalho dos seus autores, que fizeram rascunhos em curtas-metragens para em seguida os transformarem em longas-metragens.

O gigantesco ímã, primeiro longa de Petrônio e Tiago Scorza, tem sua gênese no curta O som da luz do trovão, que a dupla realizou em 2005. Dez anos depois, eles concluíram um filme mais abrangente sobre um personagem fascinante: Evangelista Ignácio de Oliveira, um ex-relojoeiro de Serra Talhada, no Sertão do Estado, que passa os dias bolando as invenções mais mirabolantes.

Natural de Serra Talhada, Petrônio conhece Evangelista desde os 12 anos de idade. "Ele é um misto de artista plástico e experimentador científico e suas invenções, muitas vezes, têm utilidade, outras vezes, não. Mas ele é um grande ímã, ao catalisar uma legião de seguidores, que o ajudam nos inventos", explica o cineasta e músico, também responsável pela trilha do documentário.

Misto de Nikola Testa com McGiver, Evangelista inventou, entre centenas de objetos, uma câmera de filmar e passar filmes em 35mm, um ultraleve e inúmeras armas de fogo. "Para confirmar a tradição bélica do Sertão", afirma Petrônio. Além disso, compilou mais de 4,5 mil expressões idiomáticas pouco usuais da língua inglesa, cujo invólucro parece um pergaminho. A riqueza do filme também está nas imagens de arquivo e nos vários formatos de captação.

Já exibido no Recife, no Janela Internacional de Cinema do Recife, ano passado, e ainda em franca ascensão em festivais nacionais e internacionais - foi exebido recentemente na mostra na Cinemateca Francesa -, Permanência ganhou do Cine PE quase uma plataforma para o seu lançamento comercial, no próximo dia 28.

Dono de uma rara sutileza para contar um fim de caso - como já mostrara em Décimo segundo, em 2007 -, Leonardo explora, com maestria, as emoções represadas dos ex-namorados Ivo (Irandhir Santos) e Rita (Rita Carelli). Eles se reencontram quando o fotógrafo recifense vai para São Paulo abrir a primeira exposição individual. Como a última chance de medir o que sente, ele aceita ficar na casa de Rita, que já está casada com outro homem. "Pela primeira vez, Permanência será exibido em 35mm. O filme ganhou algo a mais em película", avisa Leonardo Lacca.

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