sétima arte

Camilo Cavalcante abre nova temporada do Cinema Volante Luar do Sertão

Cineasta começa projeto itinerante nesta segunda-feira na cidade de Custódia, no Sertão do Moxotó

Allan Nascimento
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Allan Nascimento
Publicado em 14/09/2015 às 13:25
Foto: JC Imagem
Cineasta começa projeto itinerante nesta segunda-feira na cidade de Custódia, no Sertão do Moxotó - FOTO: Foto: JC Imagem
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Quando foi divulgada a lista dos filmes que disputavam a escolha do Ministério da Cultura para uma possível indicação ao Oscar – seleção que foi vencida por Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert – figurava um pernambucano na pré-seleção: A História da Eternidade, de Camilo Cavalcante, lançado no primeiro semestre deste ano. O filme, premiado em festivais importantes, como o de Paulínia, foi o primeiro longa-metragem de ficção do cineasta, que escolheu as paisagens de Santa Fé, vilarejo a 60 km de Petrolina, para compor o imaginário – tanto físico quanto sentimental – da obra.

Com uma série de projetos encaminhados, Camilo guarda uma ideia que ainda envolve sua primeira imersão em uma linguagem cinematográfica mais extensa. “Os moradores de Santa Fé ainda não tiveram a oportunidade de assistir, coletivamente, a obra”, explica o cineasta. “Falo isso porque penso no cinema como um espetáculo que tem que ser coletivo”, conta ele.

A partir desta segunda-feira (14), o Sertão do Moxotó recebe a quarta edição do projeto Cinema Volante Luar do Sertão. Última microrregião do Sertão a receber a caravana liderada por Camilo, ele planeja fazer uma edição especial no ano que vem para encerrar esse ciclo. A ideia: levar A História da Eternidade para cidades que ainda não tiveram a chance de assisti-lo, a exemplo de Santa Fé.

Realizador incansável, Camilo acumula mais projetos que devem ganhar vida nos próximos meses. Outro deles é a segunda temporada da série Olhar – que já estreia no próximo dia 5, no Canal Brasil – dirigida por ele. No programa, em cada um dos episódios é registrado o pensamento de um realizador pernambucano. Celso Marconi, Marcelo Gomes, Adelina Pontual, Hilton Lacerda, Paulo Caldas, Leo Sette, Leo Falcão, Daniel Aragão, Renata Pinheiro e Gabriel Mascaro foram os escolhidos. Em cada um dos dez episódios da série, eles “conversam e discutem a essência da formação de seu olhar e como isso reflete em sua obra, em sua condição humana e seus desdobramentos no processo criativo, desde sua infância até a origem enquanto artista”, explica a sinopse divulgada por Camilo.

Nas narrativas audiovisuais, duas produções já estão engatilhadas. “Estou finalizando um documentário chamado Beco, que fala sobre o Beco do Inferno, um lugar anexo ao Mercado de Afogados. A gente filmou lá por dois anos. É um lugar cheio de bares onde acontecem encontros, catarses; um lugar que presencia histórias de dores, de amores, sonhos, decepções”, relata. “Esse filme é também um retrato do povo latino-americano que vive à margem. Esse beco é um divã popular; é um lugar que é possível encontrar em qualquer país da América Latina”, conta Camilo, que espera que no primeiro semestre do ano que vem a obra faça sua estreia no circuito dos festivais.

King Kong en Asunción é o próximo longa de ficção, ainda na fase de pré-produção. Na história, um matador sai do interior da Bolívia buscando encontrar sua filha, uma mulher com mais de 40 anos que ele nunca conheceu. “Vamos filmar na Bolívia, no Paraguai e teremos locações, provavelmente, na Zona da Mata do Estado”, adianta ele, que explica que o ator brasiliense Andrade Jr., que atuou, entre outros filmes, em Faroeste Caboclo, deve protagonizar o road movie. Anjos Humanos e Índios do Brasil são mais dois projetos de séries, ainda na fase inicial, que começam a tomar forma pelas mãos do diretor que, repetindo o termo, não cansa.

Leia matéria completa na edição desta segunda-feira (14/9) do Jornal do Commercio

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