CINEMA

Festival de Brasília não empolga na primeira noite de competição

Apesar dos curtas bons, o longa A Família Dionti não convenceu

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 17/09/2015 às 11:05
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Apesar dos curtas bons, o longa A Família Dionti não convenceu - FOTO: Divulgação
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O Festival de Brasília começou para valer nesta quarta-fiera (16/9) com a exibição dos filmes que concorrem nas Mostras de Curtas e Longas-Metragenes. Na Mostra Competitiva de Curtas-Metragens foram exibidos Command Action, de João Paulo Miranda Maria, e À Parte do Inferno, de Raul Arthuso, ambas produções de São Paulo.

Command Action estreou em maio deste ano na Semana da Crítica, mostra parela do Festival de Cannes. No filme, um menino vai a uma feira livre para comprar legumes e se distrai com o que vê. Ele fica dividido entre o que sente e o que é obrigado a fazer. Com ênfase na sensorialidade e bem filmado, o filme se assemelha ao desnorteamento do menino e suas indecisões. Vale destacar, também, como o diretor retrata a feira a partir do acúmulo de personagens, pequenos detalhes e diálogos aleatórios.

À Parte do Inferno já se insere numa vertente do terror urbano. Sem dá muitas explicações, o filme mostra uma família ameaçada por um bando de mendigos e loucos de rua. Sabemos que uma mancha numa parede, aparentemente causada por uma infiltração, esconde algo. Enquanto a mancha cresce no quarto de um menino, sem que a mãe perceba, o número de pessoas na porta da casa aumenta. Dirigido com segurança e com uma trilha sonora sugestiva, À Parte do Inferno tem clima inquietante.

A Mostra Competitiva de Longas-Metragens foi aberta com a exibição da produção carioca A Família Dionti, de Alan Lima. Espécie de fábula caipira passada no interior mineiro, o filme mistura o realismo mágico de Gabriel García Marquez com a prosa de João Guimarães Rosa. Na história, um pai e dois filhos adolescentes vivem sozinhos, esperando a volta da mãe. Segundo eles, a mãe se liquefez de amor e evaporou. 

Por isso, eles esperam que ela volte com a chuva. Enquanto trabalha num olaria, Josué Dionti tentar manter os olhos sobre os filhos: Serino, o mais velho, que sonha sonhos ruins e acorda com a cama cheia de areia, e o menrs, Kelton, que se parece com a mãe, já que vive pingando água. Quando ele conhece Sofia, uma menina do circo, a situação piora ainda mais.

Com uma história que quase nunca sai do plano da ingenuidade e atores fracos, princpalmente as crianças, o filme pede a boa vontade do espectador para ser aceito. Tecnicamente, A Família Dionti se sustenta, inclusive em seus efeitos especiais simples e trilha sonora bastante adequada ao clima rural de Minas Gerais.

O repórter viajou a convite da organização do Festival de Brasília.

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