RUA DA AURORA

Mostra Capibaribe de Cinema projeta e debate a resistência no Centro do Recife

Evento acontece desta quarta (21) até o domingo (25), no CCI, com exibições de curtas e longas seguidos de debates

Kalor Pacheco
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Kalor Pacheco
Publicado em 21/10/2015 às 10:29
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A produção artística pernambucana, em especial a cinematografia, se debruça cada vez mais por questões políticas, quase sempre em torno dos conflitos insurgentes por moradia, planejamento e mobilidade urbana e também acerca de gênero e sexualidade. Estas são as cartas que serão postas na mesa – ou melhor, na telona – na Mostra de Capibaribe de Cinema (CCI), cuja abertura acontece nesta quarta-feira, às 20h no Centro Capibaribe de Imagem. A abordagem do festival, em cartaz até o domingo, caminha pela Cartografia de Resistência do Centro do Recife e tem curadoria geral do cineasta Marcelo Pedroso e de Patrícia Alves Dias (na programação infantil, marcada para o último dia da mostra).

Infográfico

Mostra Capibaribe de Cinema

“Ao mesmo tempo que a qualidade de vida tem se deteriorado tanto nas regiões periféricas quanto as mais privilegiadas, tem um quadro muito forte de pessoas que se organizam para encontrar soluções políticas para a vida na cidade. No Recife tem um movimento artístico e audiovisual que está dialogando com a vida política, lançando temáticas e sintomas pra gravidade de questões que têm surgido”, defende Pedroso, que buscou filmes e movimentos sociais que instiguem o debate acerca da cidade e seus moradores: Movimento Ocupe Estelita, Movimento Feminista Diadorim e Marcha das Vadias, e o Movimento Coque RExiste.

Para a abertura, três curtas- do diretor Sosha – apelido de Sócrates Alexandre – foram selecionados: Lotta Love (2012), Recife XXI (2014) e GIF (2015). 

Pedroso enfatiza ainda que as tramas abordam “a apropriação do espaço, a dimensão do desejo, a liberdade. E sexo e gênero, o que pulsa de forma mais forte”. Ele coloca a filmografia de Sosha como um “cartão postal às avessas”.

“Diversidade é o melhor diálogo para se estabelecer entre os universos da sociedade”, aponta Sosha. Embora a sexualidade esteja frequente na sua abordagem, ele coloca outros aspectos sociais e humanos como fortes pilares do seu trabalho: “foco nas pessoas populares e nos valores dessas pessoas”.

Para o domingo, o curador adianta que haverá uma ação, no Parque Treze de Maio, com um palhacinho ou palhacinha convidando as crianças para a sessão infantil. Todos os dias da programação serão seguidos por debates temáticos, inclusive este.

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