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Guilherme Coelho comenta processo de criação de Órfãos do Eldorado

O filme, inspirado no livro de Milton Hatoum, começa a ser exibido por cinemas de cinco capitais brasileiras

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Publicado em 12/11/2015 às 15:40
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O filme, inspirado no livro de Milton Hatoum, começa a ser exibido por cinemas de cinco capitais brasileiras - FOTO: Divulgação
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Diretor de um importante documentário (Fala Tu, que destrincha o rap carioca a partir do cotidiano de três pessoas da zona norte do Rio de Janeiro), Guilherme Coelho preparava um novo projeto - filme sobre a trajetória de seu avô em Belém do Pará - quando a indicação literária feita por uma amiga mudou radicalmente seus planos. "Comecei a ler Órfãos do Eldorado, do Milton Hatoum, e descobri ali um desafio cinematográfico", conta ele. "O texto é introspectivo, carregado de imagens e sons, além de mostrar uma forte presença da natureza."

A impressão foi tão forte que Coelho decidiu estrear na ficção cinematográfica com tamanha empreitada. O processo foi longo (mais de cinco anos), até finalmente o longa ficar pronto e, nesta quinta-feira (12/11),  Órfãos do Eldorado estreia com 30 cópias em cinco capitais, a começar por São Paulo. E o filme chega com a aprovação de Hatoum. "Ele é corajoso - escolheu adaptar um dos meus livros mais difíceis", disse ele.

Órfãos do Eldorado é um mergulho na mente de Arminto Cordovil, um homem que volta para casa depois de muitos anos ausente. Surpreendido pela inesperada morte de seu pai, Arminto se vê obrigado a assumir os negócios da família, que, no passado, fez fortuna com o transporte de mercadorias pelo rio Amazonas. Aos poucos, no entanto, ele é consumido pelos fantasmas do passado e por suas grandes paixões: Florita, a mulher que o criou; e Dinaura, uma misteriosa cantora cuja aparição na cidade fulmina sua vida.

Estrelado por Daniel de Oliveira (Arminto) e Dira Paes (Florita), o filme não traz uma visão folclórica da região amazônica, o que era o principal temor de Hatoum. "Guilherme seguiu, de uma certa forma, a mesma linha de Iracema - Uma Transa Amazônica, que Jorge Bodanzky e Orlando Senna rodaram nos anos 1970 e que ficou anos proibido por justamente apresentar o impacto nas populações da selva amazônica provocado pela rodovia Transamazônica."

A definição da cor, segundo o cineasta, foi essencial para a ambientação. "A tonalidade da casa, por exemplo, é o mesmo da pele da Dira", afirma.

 

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