O FestCine (antigo Festival de Vídeo de Pernambuco) só não perde em longevidade para o Cine PE: Festival do Audiovisual. Em 2015, o evento, organizado pela Prefeitura do Recife e o Governo do Estado, chega hoje à 17ª edição. Mas não é o tempo de vida do FestCine que está evidência este ano: é que, pela primeira vez, cineastas e público vão assistir aos 50 filmes das mostras competitivas com o máximo de qualidade que o novo equipamento digital de som e imagem do Cinema São Luiz permite.
Agora com sua morada em condições primorosas de exibição, o FestCine deve aumentar a importância que conquistou nos últimos anos. A partir desta segunda-feira (7/12), sempre às 19h, até o próximo sábado, quem for ao São Luiz vai ter uma boa ideia da vitalidade dos curtas-metragens feitos no Estado. Vários filmes premiados em festivais Brasil afora no decorrer do ano, como também inúmeros inéditos, dão ao FestCine um caráter de congraçamento muito salutar.
Além de chamar a atenção para a produção local, o evento é o espaço adequado para figuras do cinema pernambucano serem homenageadas. Nesta edição, o FestCine presta uma importante reverência para dois cineastas que, como poucos, souberam dialogar com o público e a cultura popular: a pernambucana Adelina Pontual, autora de curtas célebres como Cachaça e O Pedido, várias séries para a TV e continuísta consagrada, o alagoano Simião Martiniano, o eterno camelô do cinema, que morreu este ano, será lembrado com a exibição de um documentário e três curtas inspirados em seus longas, como A Mulher e o Mandacaru, A Valise Foi Trocada e A Moça e o Rapaz Valente, produzidos pela Página 21.
Os curtas-metragens que foram selecionados concorrem a mais de R$ 57 mil em prêmios na Mostra Competitiva Geral e na Mostra Competitiva de Formação (ficção, animação, documentário, videoarte/experimental e videoclipe). Além disso, pela segunda vez os realizadores e técnicos vão receber o Troféu Fernando Spencer nas categorias de direção, fotografia, montagem, roteiro, produção, direção de arte, trilha sonora, som, ator e atriz.
Entre os 50 curtas, alguns destacaram-se em festivais locais e nacionais, entre eles os documentários Bajado, de Marcelo Pinheiro, A Clave dos Pregões, de Pablo Nóbrega, Virgindade, de Chico Lacerda, as ficções João Heleno dos Brito, de Neco Tabosa, Olhos de Botão, de Marlom Meirelles, Soledad, de Joana Gatis, Flávia Vilela e Daniel Bandeira. No sábado, às 17h, antes da cerimônia de premiação, haverá uma sessão especial do Festival VerOuvindo, que exibe filmes com acessibilidade comunicacional.
PARALELAS
Como já faz parte da tradição do FestCine, nem só de exibição de filmes vive o evento. Na área de formação, cerca de 60 pessoas (previamente inscritas) vão participar das oficinas de Crítica de Cinema, ministrada pelo jornalista e cineasta Júlio Cavani, de Finalização Digital, com Pablo Nóbrega, Ponto de Virada - Escrita Criativa para Roteiro de Ficção, a cargo de Márcio Andrade.
Abertos ao público, a série Encontros de Cinema terá dois momentos: na quinta, às 16h30, haverá o lançamento do e-book Autobiografias do Outro - Camadas de Selfies em Documentários Pernambucanos, de Márcio Andrade, no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (MAMAM). No mesmo lugar e horário, só que no dia seguinte, será a vez do debate Políticas Públicas para o Audiovisual, com a participação de Alfredo Manevy (SP Cine), Paulo Linhares (Centro de Cultura e Arte Dragão do Mar (CE) e Milena Evangelista (Secult/PE).
