CRÍTICA

Suspense Presságios de um Crime, com Anthony Hopkins, estreia nos cinemas

Filme dirigido pelo brasileiro Afonso Poyart entra em cartaz nesta quinta-feira (25/2)

Ernesto Barros
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Ernesto Barros
Publicado em 24/02/2016 às 5:04
Diamond Filmes/Divulgação
Filme dirigido pelo brasileiro Afonso Poyart entra em cartaz nesta quinta-feira (25/2) - FOTO: Diamond Filmes/Divulgação
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Desde os primórdios, Hollywood alimenta-se com talentos de todo o mundo. Quando surge um filme de sucesso – ou, de alguma maneira, diferente –, em qualquer lugar remoto do planeta, tem sempre um olheiro para levar alguém para os Estados Unidos. A mais recente história aconteceu com o santista Afonso Poyart. Em 2013, logo depois de lançar Dois Coelhos – seu primeiro filme, repleto de efeitos especiais e reviravoltas –, o cineasta foi convidado para dirigir Presságios de um Crime (Solace, no original), um thriller sobrenatural que tinha o ator galês Anthony Hopkins (o canibal Hannibal Lecter, de O Silêncio dos Inocentes) confirmado no elenco.

Mas só nesta quinta-feira (25/2), mais de dois anos depois de realizado, é que Presságios de um Crime estreia no Brasil. “A gente teve um problema sério com a distribuidora americana Relativity Media, que faliu e não podia entregar o filme de volta. Mas outros mercados acabaram não esperando o lançamento americano e ele já estreou em vários países europeus e da América Latina. O Brasil é um dos últimos mercados a recebê-lo. Mas a Relativity está fase de reestruturação e deve lançá-lo em dezembro por lá. O filme foi prejudicado, mas isso não me atrapalhou. Eu já fiz outro longa longa depois dele”, explica Afonso, em entrevista por telefone.

Embora a possibilidade de dirigir Anthony Hopkins, que anteriormente já havia trabalhado com outros dois cineastas brasileiros – Sergio Toledo, em A Guerra de um Homem, e Fernando Meirelles, em 360 –, tenha sido um dos elementos que levaram Afonso a aceitar o projeto, ele disse que foi seduzido, primeiro, pelo roteiro. “Foi pela história e sua atmosfera. Ela tinha um componente visual legal, que são as visões do personagem, mas também uma mensagem forte. Foi essa mistura que me interessou. Além do roteiro bem escrito, o projeto já estava encaminhado e eu queria rodar logo. E, claro, tinha Anthony Hopkins, um ator incrível”, resumiu o cineasta.

Flutuando por várias mãos desde 2001, o roteiro de Presságios de um Crime, escrito por Sean Bailey e Ted Griffin, era para ter sido a sequência de Seven, os Sete Crimes Capitais, mas a ideia foi rejeitada por David Fincher. Depois de inúmeros tratamentos e modificações, o filme ganhou o sinal verde com a entrada de Anthony Hopkins. De várias maneiras, o longa lembra outros realizados no final dos anos 1990, quando os filmes de serial killers estavam no auge. O personagem de Hopkins é o médium John Clancy, um médico que ajuda o FBI a desvendar crimes insolúveis.

Afetado pela morte da filha, vítima de leucemia, o médium abandonou o trabalho e a esposa. Por causa de uma série de crimes misteriosos, o agente Joe Merriweather (Jeffrey Dean Morgan, dos seriados Sobrenatural e Grey’s Anatomy) vai à procura dele, acompanhado pela agente Katherine Cowles (Abbie Cornish, de RoboCop). Apesar de não aceitar o convite, o médium muda de ideia quando a agente toca no seu braço e ele tem uma visão do rosto dela ensanguentado. Pronto, com esse empurrão, Clancy vai fazer parte do time de investigação, em que vai explorar seus poderes de clarividência sobre o passado e o futuro, até encontrar um vilão com poderes superiores ao seu, um tal de Charles Ambrose (Colin Farrel).

Embora envolvente, a história nem sempre convence, mas Afonso se esforça para manter o clima perturbador durante todo o filme. Entretanto, seu estilo flamboyant, parece deslocado num filme que clama por uma narrativa mais sóbria. Seu novo longa-metragem, o biográfico Mais Forte que o Mundo – A História de José Aldo, estreia no final de maio. E, pelo trailer, Afonso está bem à vontade para explorar seu gosto pelo slow motion e a montagem clipada.

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