Em maio de 1966, há quase 50 anos, o Festival de Cannes deu a Palma de Ouro ao longa-metragem Uma Mulher, Um Mulher, certamente o filme mais romântico premiado na história do Festival. O júri preteriu filmes como Doutor Jivago (David Lean), O Exército Brancaleone (Mario Monicelli), O Segundo Rosto (John Frankenheimer) e o brasileiro A Hora e a Vez de Augusto Matraga (Roberto Santos) pela estreia de Claude Lelouch.
O Atelier Cinema, o cineclube da Aliança Francesa do Derby (Rua Amaro Bezerra, 466 - Derby) adianta-se nas comemorações do cinquetenário da obra Lelouch e promove uma sessão especial, nesta sexta-feira (4/3), às 19h30, com entrada franca. Após a sessão, a mestre e doutoranda em cinema Catarina Andrade bate um papo sobre o filme.
Um Homem, Uma Mulher foi um dos maiores sucessos internacionais do cinema francês da época. Ganhou até o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro no ano seguinte. A maneira estilosa de filmar de Lelouch, com longos planos sequências, câmera na mão e muito requinte fotográfico - as cenas se misturam em preto e brnco e em cores -, seriam copiado a exaustão pela publicidade.
Embora o estilo tenha sido pouco aceito pela crítica francesa da época - estávamos no auge da politizada Nouvelle Vague -, a história de amor tocou os corações de muitos homens e mulheres, principalmente aqueles que sonhavam com uma segunda chance no amor. Um Homem, Uma Mulher conta a história de Jean-Louis Duroc (Jean-Louis Trintignant) e Anne Gauthier (Anouk Aimée), dois viúvos recentes que encontram uma nova chanche de relacionamento, apesar dos fantasmas dos relacionamentos passados.
A trilha sonora de Francis Lai também marcou época, inclusive pela presença da bossa nova brasileira, com a canção Samba Saravá, de Vinícius de Moraes e Baden Powell. Os 50 anos de realização não tiraram a aura "très chic" de Um Homem, Uma Mulher.